“Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a ti, Senhor, minha Rocha e meu Resgatador!” (Salmos 19.14)
Somos uma fonte permanente de desejos. A vida parece apática quando, por longo tempo, nada mais desejamos, nada mais ansiamos. Os desejos importam muito para nosso ânimo. Há os bons e os maus desejos. Nossa ética determina a qualidade dos desejos que nos habitam e dominam. Ela define aqueles que autorizaremos como legítimos em nossa vida, ainda que impróprios. Sim, porque mesmo julgando um desejo como impróprio e concordando que seja errado, podemos transgredir dando-lhe autorização para nos habitar. Mas há também os desejos saudáveis, bom, honrosos. Eles também revelam algo: no caso, nossos amor e santidade por exemplo. O quanto somos capazes de um amor bonito, inspirador e cheio de vida e o quanto somos comprometidos com uma vida que honra a Deus e faz bem ao próximo, também revela-se nos nossos desejos. Podemos dizer que Davi encerra seu salmo expondo um belo desejo, daqueles que devemos também ter em nossa alma e coração.
Lembro-me de que, quando criança, cantava um cântico (naquela época chamávamos de “corinho”), como a letra desse verso. Não consigo me lembrar se cantei realmente desejando isso ou apenas cantei como parte do que devia fazer no culto ou na reunião em que estava. Certamente que as duas coisas! O fato é que Deus pode ver o modo como tenho vivido minha vida e me avaliar a respeito, olhando os meus desejos. Mas, indo além do desejo, posso escolher como caminho de vida o que Davi expressou neste verso. Posso escolher ansiar e buscar o que ele expressou no verso 14 desse salmo. Posso me dedicar a orar e refletir sobre esse padrão que ele declara lábios e coração agradáveis a Deus. E convido você a fazermos isso, a orarmos por isso.
“Senhor, abençoa-nos para que, não somente nossos lábios mas também nosso coração seja agradável a Ti!”. Em alguns dias, talvez, araremos desejando essa integridade do fundo da alma. Em outros, talvez, oraremos com ele mais nos lábios que que dentro de nós. Mas não devemos nos intimidar. Devemos crer! Mesmo sentindo-nos incapazes e sem fé, devemos seguir orando e pedindo a ajuda de Deus. Porque a fé é também agir pela fé quando não conseguimos crer de verdade ou não nos sentimos assim tão crentes. O grande aprendizado será o de enfrentarmos a nós mesmos. E com a graça de Deus os dias de integridade poderão ser mais maiores que os dias de infidelidade. Devemos lembrar que a vida cristã é um caminho em que seguimos com Deus. E o grande desafio, talvez o maior dos desafios dessa jornada, seja enfrentarmos a nós mesmos. Enfrentarmos a distancia entre o coração e os lábios. Mas porque estamos com Ele, tudo dará certo. Tudo acabará bem! E nós, totalmente redimidos!