Jovem morto por mototaxistas praticava crimes desde a infância

Jovem morto por mototaxistas praticava crimes desde a infância
Thiago Evangelista da Silva (Foto: Reprodução)

Morto na noite da última terça-feira (16), Thiago Evangelista da Silva,  respondia, entre outros crimes, pelo de latrocínio, que é roubo seguido de morte.  Ele, juntamente com dois comparsas, a bordo de um veículo VW/Gol,  deram voz de assalto e atiraram contra um policial militar em Mangabinha, na cidade de Itabuna, em junho de 2014. Na ocasião, o policial revidou atirando contra o comparsa de Thiago, identificado como Jonathan de Jesus Silva, que ficou ferido, vindo a falecer posteriormente , na unidade médica, em decorrência dos ferimentos. Thiago fugiu na moto do policial, mas, foi abordado e preso. Também em 2014, ainda em Itabuna, foi, novamente, preso acusado de assalto a motos. O fato, na época, foi noticiado pelo “Radar de notícias”.

O jovem, ainda era suspeito de cometer diversos assaltos, tendo sido reconhecido por várias vítimas. Quando menor, cumpriu medida sócio-educativa.

Em Teixeira de Freitas, tem-se conhecimento de que era a segunda vez que um mototaxista fora feito de vítima, tendo levado, no último assalto,  R$ 555, que, segundo o profissional, era fruto do seu dia de trabalho, e o celular.  O linchamento, seguido de execução que alguns mototaxistas realizaram na terça comoveu a cidade e  causou danos morais à categoria.

Em conversa com mototaxistas, muitos relataram viver em situação de vulnerabilidade e, consequentemente, de estresse. Para eles, com o aumento da criminalidade e em razão da acessibilidade da profissão, está cada dia mais perigoso trabalhar. Ainda de acordo com os profissionais, a união entre eles é a única forma de impor respeito, não diante da sociedade, que é inocente, mas, “diante de pessoas mal intencionadas que sabem que eles andam com dinheiro no bolso para poder dar troco aos usuários”. Apesar da justificativa, todos os profissionais consideraram a ação dos colegas exagerada. Mesmo assim, deixaram transparecer que não abrem mão de se defender mutuamente e que dessa determinação depende a vida deles e de suas famílias.

O Foco conversou, também, com alguns cidadãos, os quais, sob promessa de terem suas identidades preservadas, emitiram, livremente, suas opiniões – muitas destoantes das expressas em muitos posts nas redes sociais. O comerciante A, morador do São Lourenço, disse: “Tem um povo que vive no bem bom, protegido, e que nunca teve uma arma na nuca, que acha bonito defender ladrão. Sabe-se lá quantos crimes esse cara já cometeu e quantas outras vítimas ele faria?!”. Na fila do banco, um senhor pontuou enquanto o outro falava que o crime era bárbaro: “Eu já fui assaltado por dois jovens. Eu não reagi, mas, eles ficavam o tempo todo me torturando e falando da vontade que eles tinham em meter um balaço na minha cabeça, foi horrível. Para mim, marginal bom, é marginal morto. Eu dei sorte, mas tenho certeza que aquele caras já mataram e vão fazer outras vítimas”, confessou. A maioria dos entrevistados compartilha, em maior ou em menor grau, dos sentimentos explícitos na fala dos dois cidadãos citados.

Tanto mototaxistas como cidadãos comuns,  foram enfáticos em afirmar que o aumento da criminalidade e a insegurança em que a comunidade se encontra se dão pela sensação de impunidade e pela forma “romântica” com que a criminalidade é encarada por quem nunca viveu o desespero e a fragilidade de ter suas vidas nas mãos de delinquentes. A frase “marginal está tendo mais valor que gente de bem” foi pronunciada várias vezes.

 

 

 

 

 

 

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