Para um jovem, a vida passa lentamente e ele, tantas vezes, vive acelerado. Para um idoso, a vida passa rápido demais e ele, não tem outra opção, se não andar lentamente. Quando somos jovens não sabemos muito da vida e temos, aparentemente, todo tempo do mundo! Quando envelhecemos já sabemos o bastante para aproveitar melhor a vida, mas aí o que nos falta é o tempo. Na juventude não nos faltam forças, falta-nos experiência. Na velhice é o contrário: não nos falta experiência, faltam-nos forças. A vida parece produzir este contraste: quando podemos, não sabemos; e quando sabemos, já não podemos. Mas, não precisa ser exatamente assim. Não se vivermos em comunhão com Deus. Com Deus podemos viver bem essas duas faces contraditórias da mesma vida. É verdade que o tempo leva nossas forças e vitalidade. É verdade que a vida tem limites físicos. Podemos trabalhar para estica-la ao máximo, mas ainda assim o fim chega e as forças faltam. Quanto mais perto do fim, mais limitações, menos disposição. Alguém já disse que a vida é uma professora exigente: primeiro dá a prova para depois ensinar a lição. E aí o aprendizado exige tempo e o tempo é limitado. Por isso precisamos ser bons alunos e aprender rápido. Não temos todo tempo! Quando vivemos em comunhão com Deus podemos e aprendemos. Com Ele em nossa vida mesmo sem experiência, podemos desfrutar de sabedoria. O temor ao Senhor é a fonte da sabedoria. Temer a Deus é dar a Ele o lugar devido em nossa vida. Com Deus podemos viver nossa juventude sem comprometer nossa velhice e viver nossa velhice sem lamentar nossa juventude. Deus nos chama para ama-lo sobre todas as coisas e amarmos o próximo como a nós mesmos. Temer a Deus é fazer isso! O amor nos harmoniza e equilibra. O amor nos mantém no rumo certo nas confusas estradas da vida. Amando a Deus e experimentando seu amor poderemos, ainda aqui, ancorar nossa vida lá, na eternidade. Aprenderemos que o fim não encerra, inaugura. Que não temos apenas o agora, sempre teremos o depois. E com isso faremos as pazes com as limitações e impossibilidade de uma vida que tem fim. O amor nos mantém focados no ser e nos ajuda a perceber as ilusões do ter. Pessoas importarão mais para nós que coisas. E assim, mesmo jovens, podemos fazer as “apostas certas”, e não precisar lamentar depois. Como disse Fernando Pessoa, “navegar é preciso, viver não é preciso”. Sem Deus essa imprecisão será catastrófica! ucs |