“Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus”. (Mateus 5.13-16)
Jesus claramente nos mandou brilhar. Seu Reino não combina com timidez. Não aquela que caracteriza um jeito acanhado e que prefere passar despercebido. Essa não é nenhum problema. A timidez incompatível com o Reino de Cristo é aquela que caracteriza quem tem pouca atitude e ambição para fazer o bem. Para servir e ir ao encontro do outro. O reino dos homens também fala em brilho, mas é de um outro tipo. Um que tem a ver com orgulho, desejo de glória e anseio por posição e poder. Há muita gente lutando no reino dos homens para brilhar. Mas é um tipo de brilho que necessariamente precisa ofuscar o outro ou, se possível, excluí-lo. No reino dos homens, dois que queiram brilhar não pode ocupar o mesmo espaço. Só haverá lugar para um. Neste reino o conceito de brilhar é ser o mais importante, o mais notado, o mais invejado.
No Reino de Deus não. Todos podem e devem brilhar juntos e quanto mais isso acontece, mais todos se realizam e ficam felizes. Nele, o conceito de brilhar nada tem a ver com vaidade, tem a ver com serviço. Brilhar é realizar obras dignas, obras que glorifiquem ao Pai do Céu. Brilhar é ser bondoso, amoroso, paciente e tudo mais que nos aproxima do fruto do Espírito, que permite notar que uma velha natureza está sendo deposta do comando e uma nova pessoa, segundo Cristo, está assumindo o controle. O Brasil precisa de pessoas que brilhem, de cidadãos-luz, de políticos-luz. As igrejas precisam de membros-luz. Pessoas comprometidas com o caminho que Cristo é e que exemplificou com a própria vida. Ele não veio para ser servido, mas para servir (Mt 20.28).
Jesus nos mandou brilhar à moda do Reino de Deus e não à dos homens. Estamos fazendo isso? Que boas obras temos praticado e de que modo às temos praticado? Pois elas devem lembrar a Deus e promover a glória de Deus, e não a nossa. O que são “boas obras” para nós? Às vezes para sermos luz será preciso confrontar as trevas e devemos ter cuidado, pois podemos sofrer de olhos acostumados à escuridão. A corrupção, o abuso, a fofoca, a maledicência, o descaso, o preconceito, o desrespeito, o assassinato indireto de crianças e idosos pelo desvio de verbas que deveriam promover saúde e proteção e tantos outros males, estão diante de nós. E o que estamos fazendo a respeito? Jesus nos mandou brilhar. Seja no âmbito de nosso trabalho, igreja, família ou sociedade, devemos brilhar. E já estamos atrasados. As trevas fazem suas vítimas diariamente. Onde estão as luzes?