Janot: operador de Cunha ameaçou atear fogo em casa de delator com filhos dentro

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A justificativa do pedido de prisão preventiva do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no petrolão, diz que chegou a ameaçar de morte dois delatores da Operação Lava Jato, com promessa de atear fogo na casa de um deles com os filhos dentro. Cumprida nesta sexta-feira (1º) pela Polícia Federal, em mais uma fase da Lava Jato, a prisão de Funaro foi uma das ações do cumprimento de mandados judiciais em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Brasília. Outro alvo da PF nesta etapa das investigações são os controladores da empresa JBS, dona da Friboi, como este site registrou mais cedo.

No pedido de prisão enviado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e acatado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Funaro é suspeito de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa destinada a fraudar contratos e operar propinas a partir da atividades da Petrobras. Ao despachar favoravelmente à demanda da PGR, o ministro do STF Teori Zavascki, responsável pelos inquéritos do petrolão, aponta a “concreta periculosidade” de Funaro.

Teori faz referência especial ao trecho em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, relata que Funaro, segundo os autos da investigação, chega ao cúmulo de ameaçar o ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, bem como a seus familiares, apenas por discordâncias a respeito de pagamento de propina. Delator da Lava Jato e também aliado de Cunha, Cleto é considerado um delator com grande potencial destrutivo para a cúpula do PMDB, grupo com diversos caciques na mira da Operação – entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador Romero Jucá (RR) e até o ex-presidente da República José Sarney.

Segundo Janot, no início de 2012 Fábio Cleto e Lúcio Funaro brigaram devido a cobranças “agressivas” deste último. A ruptura da parceria se deu, relatou o PGR, “quando Funaro ameaçou colocar fogo na casa do depoente, com os filhos dentro”. Janot também mencionou no pedido de prisão a “ousadia” de Funaro “no meio em que circula”, bem como a ocasião em que o investigado também ameaçou de morte o dono do grupo Schahin, Milton Schahin, por mera vendeta econômica.

“Ora, se Funaro é capaz de ameaçar de morte um ancião em razão de disputas comerciais, não há dúvidas de que não se rogará a prejudicar a investigação sobre fatos que o incriminam”, argumentou o PGR, referindo-se à idade avançada de Schahin.


Fonte: Congresso em, Foco

 

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