Jamais desista

“Percebi ainda outra coisa debaixo do sol: Os velozes nem sempre vencem a corrida; os fortes nem sempre triunfam na guerra; os sábios nem sempre têm comida; os prudentes nem sempre são ricos; os instruídos nem sempre têm prestígio; pois o tempo e o acaso afetam a todos.” (Eclesiastes 9:11)

Umas das coisas que a maturidade pode nos oferecer é a clareza de que a vida não é justa. Isso significa, na prática, muitas coisas. Pessoas boas sofrem, sendo vitimadas por acontecimentos ruins. Algumas pessoas sofrem mais que outras, inexplicavelmente. A ideia da semeadura e da colheita, não é uma verdade matemática. Há quem colha o que não plantou e quem plante e a colheita não chega. O escritor bíblico simplifica falando do acaso. Mas, claro, podemos pensar sob outras perspectivas.

As razões da injustiça na vida são diversas. Uma delas é o fato de que a vida é uma realização coletiva. Estamos conectados uns aos outros e minha vida não se resume às minhas próprias escolhas. As escolhas de cada pessoa afetam a vida de outras pessoas. Nossas irresponsabilidades e inconsequências dificilmente terão efeitos isolados, ao contrário, podem  atingir muitas pessoas e muito tempo depois de nós. Como já dizia o poeta inglês John Donne (1572-1631), “nenhum homem é uma ilha”. Claro, também nossos atos de bondade e sabedoria podem ter os mesmos efeitos.
Provérbios diz que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Pv 1.7). Se não reconhecemos Deus em nossa vida, existe uma boa chance de contribuirmos muito para as injustiças, seja por nossas ações, seja por nossas omissões. Distantes de Deus há uma grande possibilidade de nutrirmos equívocos sobre a vida, sobre nós e sobre os outros! Corremos o risco de ficarmos entregues a nós mesmos. E, como lemos na profecia de Jeremias, o coração é enganoso e algumas vezes terrivelmente enganoso (Jr 17.9).

Como lidar com a vida e suas injustiças? Há alguns bons conselhos a que devemos dar atenção.  O primeiro é confiar em Deus e procurar conhece-lo, mais e mais. Isso significa “andar” com Deus. Viver a vida diante dEle, ciente e buscando a presença de Deus. Ele é socorro bem presente na angústia (Sl 46.1) e quando oramos e levamos a Ele nossas aflições, somos abençoados com uma paz que não se pode explicar (Fl 4.6-7).

Devemos também escolher o amor como princípio e mandamento máximo da vida. Esse mundo e a vida que vivemos aqui jamais serão justos, mas podem ser mais cheios de amor. O amor é o remédio para a injustiça que há no mundo. Ame a Deus. Ame a vida apesar das injustiças. Ame as pessoas da melhor forma que puder. O amor torna a vida possível de ser vivida em condições terrivelmente injustas. O amor muda nossa maneira de ver a vida.

Cultive amigos e seja um bom amigo. Amigos revelam-se irmãos em meio às angústias e injustiças da vida (Pv 17.17). Ouça pessoas e procure pessoas que possam ouvir você. Ajude e peça ajuda. A prática desses conselhos produzirá maturidade e força para lidar com a vida quando ela revelar-se injusta e sem sentido. Jamais desista da vida. Jamais pense que não vale a pena viver. Mesmo que as vezes possa não parecer, Deus está por perto. Confie e lute. E verá por fim que as dores e injustiças acabarão por lhe fazer alguém melhor e mais capaz para ser feliz, apesar das circunstâncias, e seguir em frente, vivendo e celebrando a vida. Jamais Desista!

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