Itapebi: Aldeia é incendiada e índios são espancados

Durante a ação, as 28 casas da aldeia foram incendiadas, índios sofreram agressões, cerca de 400 galinhas foram mortas e objetos foram roubados

Itapebi: Aldeia é incendiada e índios são espancadosA aldeia tupinambá Encanto do Patioba, no município de Itapebi, no Extremo Sul do estado, foi atacada e destruída por um grupo armado. Durante a ação, as 28 casas da aldeia foram incendiadas, índios sofreram agressões, cerca de 400 galinhas foram mortas e objetos foram roubados. Segundo o cacique Astério Ferreira do Porto, 63 anos, 18 homens armados chegaram ao local por volta das 9h de sexta-feira e começaram a agredir os indígenas.“Eles me amarraram e começaram a bater em minha cabeça. Bateram também na minha mulher e em outras pessoas da aldeia”, afirmou.

Ele disse não saber a razão da agressão, mas contou que há dois anos os índios que moram na região estão sendo ameaçados por conta de uma disputa de terras com fazendeiros. Ainda segundo o cacique, todos os homens estavam armados com facões, pistolas ou espingardas. “Eles me jogaram no chão e depois me algemaram. Fui levado para a delegacia, mas antes disso eles já tinham batido em mulheres, idosos e destruído nossa aldeia”, afirmou.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) se pronunciou através de nota encaminhada à imprensa onde afirma que cerca de 120 indígenas vivem na aldeia e que “essa é não é a primeira vez que a aldeia é atacada por supostos pistoleiros”, afirma a nota. Depois do atentado, ainda segundo a Funai, as famílias da aldeia estão morando nas periferias de Itapebi e Eunapólis.

Dois homens, que segundo os índios são ex-policiais, encontraram uma espingarda na casa do cacique e ele foi levado para a delegacia de Itapebi acusado de porte ilegal de arma, junto com outros cinco índios que também prestaram depoimento, mas ninguém ficou preso. Procurado, o delegado não foi encontrado para comentar o assunto. A assessoria da Polícia Civil afirmou não ter informações e não retornou aos pedidos de entrevista.

 

 

Fonte: Gil Santos/Correio

 

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