Com a participação do economista Gustavo Palmeira, representando na Bahia o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), aconteceu na noite desta quinta-feira (09) em Itamaraju um debate em torno da polêmica proposta de reforma da Previdência Social.
O encontro foi realizado no auditório do Sindicato dos Bancários do Extremo Sul da Bahia (Sindibancários), com participação expressiva do público, em especial de trabalhadores preocupados com os impactos da PEC 287 (Proposta de Emenda à Constituição), que trata da reforma previdenciária e que está em tramitação no Congresso Nacional.
Um dos pontos da proposta questionados no debate diz respeito à idade mínima para aposentadoria, que é 65 anos, tanto para homens quanto para mulheres, com contribuição mínima de 25 anos. Atualmente não existe uma idade mínima para se aposentar. Basta alcançar o tempo mínimo de contribuição, que é 30 anos para mulheres e 35 para homens, podendo incidir o fator previdenciário.
Previdência-Público (Foto: Domingos Oliveira)Em sua palestra, o economista esclareceu dúvidas sobre o projeto de reforma da Previdência Social, que tem como relator o deputado federal baiano Arthur Maia (PPS). Para Gustavo Palmeira, a proposta inserida na PEC 287, se aprovada, irá prejudicar milhões de brasileiros. “Com medo de não poder se aposentar no futuro, milhares de pessoas estão antecipando o pedido de aposentadoria, justamente por causa do aumento da idade mínima”, informou Palmeira.
De acordo com o economista, as principais dúvidas em torno da reforma partem das mulheres e dos trabalhadores rurais. “As mulheres , por sua vez, estão preocupadas porque, para se aposentador, terão que esperar por mais 10 anos”, questionou.
Contra a reforma
Os debates acerca da proposta de reforma da Previdência Social acontecem durante o mês de março em todo o país e têm como objetivo alertar a população sobre o impacto do projeto. “Estivemos ontem (quarta-feira) em Salvador, estamos agora em Itamaraju, e vamos continuar rodando a Bahia, a fim de esclarecer ao povo os prejuízos que essa proposta pode causar à população”, disse Gustavo Palmeira.
Como forma de protesto contra a reforma da Previdência, os movimentos sindicais e sociais realizam manifestações no país, a fim de chamar à atenção pública.
No extremo sul da Bahia, através dos professores licenciados, a APLB Sindicato realiza a partir próximo dia 15 paralisação nas redes de ensino. Outros atos deverão acontecer na região, mas não foram informados durante o debate, organizado, além da APLB, pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sindibancários, Sindecita (Sindicato dos Empregados no Comércio de Itamaraju), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e Organização Terra Viva.