Denunciada por injúria racial por um advogado em Itabuna, sul do estado, a esteticista Nadja Coelho negou que seja racista e alegou que chamou o defensor de “amor” durante a audiência em que era autora na quinta-feira (10). O advogado Thiago Cruz representava a empresa municipal de saneamento, Emasa, e foi à delegacia prestar queixa contra a mulher.
A autora da ação, que abriu mão da presença de um advogado, questionava que o consumo de água da casa onde mora estaria elevado nos últimos meses. “Eu estava explicando por que a empresa não faria o acordo, aí ela falou que eu estava agindo assim por causa da pigmentação da minha pele”, contou Thiago à reportagem.
“Eu não sou racista. O baiano tem mania de usar dialetos. Chamar de nego, nega, ou amor. Eu disse assim ‘oh, amor’. Ele disse assim: ‘Não me chame de amor, não’. Então ele já saiu da linguagem da jurisdição, achei muito íntimo. Eu falei assim: ‘Deve ser por causa da pigmentação da pele”, alegou Nadja.
A esteticista foi levada à delegacia e responderá por injúria. “Vamos indicá-la por injúria racial, que é um crime contra a honra de determinado indivíduo. Não é o racismo, que é crime contra coletividade de indivíduos. Por isso a pena de 1 a 3 anos e cabe fiança”, explicou a delegada Divanice Dias.
Caso
Após a suposta declaração de injúria, a audiência foi suspensa. O advogado, então, chamou os policiais e a mulher foi levada em uma viatura da Polícia Militar para prestar depoimento no complexo policial de Itabuna.
O advogado contou ainda que foi a primeira vez que sofreu com atos racistas. “Sou formado desde 2008 e nunca tinha passado por nada parecido. É uma tristeza muito grande, mostra como nossa sociedade precisa evoluir”, lamentou.
G1, com informações da TV Santa Cruz