Intencionalidade e determinação

“Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.” (1 Coríntios 9.24)

Somos filhos da graça de Deus, do favor imerecido do Altíssimo. Filhos da graça que traz leveza, mas que não elimina responsabilidades. Uma graça que nos abre as portas da presença de Deus apesar de quem somos, e que nos chama a ser semelhantes a Seu Filho, desafiando-nos à mudanças em quem somos. Por isso o apóstolo, usando a figura do atleta nos jogos, desafia os cristãos de Corinto e se esforçarem como os que competem nos estádios. Ambicionarem o primeiro lugar como os que treinaram nos últimos quatro anos e virão ao Rio para tentar uma medalha. Mas não qualquer uma. Nessa competição, competimos contra nós mesmos, e vencemos quando Cristo nos vence.

Embora filhos da graça, nossa jornada cristã não será honrosa para Deus e nem saudável para nós se abdicar da luta e esforço pessoais na direção de um novo e transformado modo de vida. Em que, tanto o aprendizado pessoal quanto o poder de Deus trabalham juntos na transformação do velho, em um novo ser em Cristo. Como quem ambiciona uma nova história para si e com todo coração deseja honrar a graça, devemos nos esforçar, com intencionalidade e determinação. Neste mundo, em que tantos esforços são feitos (não há quem não esteja se esforçando por algo, mesmo que indigno e reprovável), devemos estar entre os que se esforçam pelo Reino e para a glória de Deus.

Esse engajamento tem como lugar de luta nosso próprio coração e mente. Envolve o esforço de submeter nossa vontade à vontade de Deus. De levar cativo todo nosso pensamento à obediência de Cristo (2 Co 10.5). Esta é uma face inegável da fé cristã e que determina o quanto, de fato, cremos na verdade do Evangelho. Um cristão não é um guardião da moralidade e da vida alheia. É, antes, um guardião de sua própria moralidade e vida, aceitando o papel de luz e sal para sua sociedade. Ao custo de enfrentar a si mesmo, o cristão desgosta-se de seus desvios. E, em respeito à graça de Cristo, amorosamente acolhe e respeita seu próximo, com todos os seus desvios. Para que, ao fim da jornada, tenha Cristo recebido verdadeira adoração e o Evangelho tenha sido por meio de sua vida, apresentado diante do mundo.

 

ucs

 

 

 

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