Inteligência Artificial

Inteligência Artificial

Quando nasceu a geração a que pertenço encontrou o mundo desprovido de tecnologia e tudo se me misturava em uma vida natural e analógica, entre o que fui naquele mundo e o que sou hoje, se alguma coisa há que tem em comum, é ser o mesmo ser humano que passou por estas mudanças bruscas do natural para digitar e agradecer a Deus o dom de nos desconhecermos: de nos desconhecermos a nós mesmos neste mundo em transformação e, de nos desconhecermos uns aos outros, hoje existem grandes avanços tecnológicos que estão prestes a mudar radicalmente o modo de vida de todos nós.

A Inteligência Artificial já alimenta muitos aplicativos, e no futuro tirara muitos empregos. Estes usos estão repleto de riscos. No caso, tentar prever o nosso futuro com esta tecnologia acredito que todos nós somos crianças no jardim de infância, com muitas perguntas sem respostas. Ninguém tem uma bola de cristal com as respostas corretas. Gostaria de desacelerar o tempo. Que nos importa chegar um dia ou um ano depois a um mundo com Inteligência Artificial? O Robô não ama o brilho da lua e a água fria e azul do mar. Mas como já dizia Cazuza “o mundo não para”, pois por pura sede de vida melhor estamos sempre à espera do extraordinário que talvez nos salve de uma vida contida. Em menos de dois segundos podem-se viver uma vida e uma morte e uma vida de novo. Esses dois ínfimos segundos como forma de contar toscamente o tempo devem ser a diferença entre o ser humano e a máquina; assim como Deus talvez conte o tempo em frações de séculos dos séculos: cada século um instante. Quem sabe se Deus conta a nossa vida em termos de dois segundos: um para nascer e outro para morrer. E o intervalo, meu Deus, talvez seja a maior criação do Homem: a vida, uma vida. “E a máquina não respeita o tempo e a vida”.

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