“Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser co-participante dele.”(1 Coríntios 9.23)
Jesus disse que para segui-lo seria necessário contradizer, negar a nós mesmos. Seria necessário orientar nossas atitudes e mesmo nosso estilo de vida considerando algo além de unicamente nossa vontade. Uma vez incluídos no Reino de Deus, este desafio passa a fazer parte de nossa vida. Mas há algo misterioso nisso: quando seguimos o que compreendemos ser a vontade de Deus, e não estamos equivocados sobre ela, ainda que tenhamos negado à nossa vontade, perceberemos que o que fizemos foi, de fato, o que realmente queríamos. Em outras palavras, o que queremos nossa vontade, é a expressão do que acreditamos ser melhor, mas descobrimos na obediência e na dedicação a Deus, que não há nada melhor para nós que a Sua vontade.
O Evangelho de Jesus é a expressão da vontade de Deus, tanto quanto de Seu amor para conosco. Por ele devemos reorientar nossa vida e redefinir nossos valores e prioridades. Por exemplo: Jesus nos ensina a perdoar e amar, em lugar de guardar rancor e odiar. Há momentos em que o rancor e o ódio manifestam-se em nossa vontade. Mas se, por causa do Evangelho, amamos e perdoamos, teremos feito a melhor escolha. Por causa do Evangelho devemos avaliar nossas prioridades e nossa agenda. Devemos servir e cooperar. Por causa do Evangelho devemos pensar mais nas coisas que são do alto, como escreveu Paulo aos irmãos de Colossos (Cl 3.1-2).
Muitas vezes queremos saber a vontade de Deus em coisas específicas, que nos interessam, como por exemplo, se devemos ou não fazer certo negócio, mudar de emprego, entre outras coisas. Mas nos esquecemos de que a vontade de Deus, sobretudo, dirige-se a quem somos e ao modo como agimos em nossa vida diária. E não precisamos fazer perguntas a Deus sobre isso, basta viver segundo o Evangelho de Cristo. Por causa do Evangelho devemos viver de forma digna, ética, sensata e amável. Por causa do Evangelho devemos praticar boas obras. E vendo-as, as pessoas possam reconhecer Deus em nós (Mt 5.16). Paulo inspirava-se no Evangelho para orientar suas atitudes com as pessoas e para lidar com sua natureza e inclinações. Ser cristão é ser participante do Evangelho não apenas falando dele, mas, sobretudo, deixando-se moldar e transformar por ele.
ucs