Inflação dos alimentos tem maior taxa desde 2022, atesta Fipe

Inflação dos alimentos tem maior taxa desde 2022, atesta Fipe
Inflação dos alimentos tem maior taxa desde 2022, atesta Fipe. Foto: arquivo EBC

A inflação dos alimentos subiu para 2,29% no mês passado, a maior taxa mensal desde abril de 2022, quando o Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) indicava 3,38%.

A moeda americana, negociada no patamar médio de R$ 5,81 em novembro, dá maior competitividade aos produtos brasileiros no exterior, ajuda a aumentar as exportações, mas traz os preços altos do mercado externo para o interno.

Vários fatores impulsionam a taxa de inflação. Entre eles, a elevação dos preços pagos ao produtor, provocada pelas aceleradas exportações, câmbio elevado, safra menor e demandas externa e interna aquecidas.

É o que ocorrem com as carnes. As exportações recordes dos meses recentes, em um período de recuperação de preços no mercado externo, forçaram a alta interna.

No mês passado, o Brasil exportou carne suína com preço preço 77% superior ao de igual mês de 2023, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior). As carnes bovina e de frango, que vinham em queda de preço no mercado externo, subiram 6%.

Internamente, a Fipe apurou uma elevação de 10,5% nas carnes bovina e suína e de 5% na de frango, em novembro. No acumulado do ano, os aumentos para os consumidores superam 20% para as duas primeiras e 10% para a de frango.

Todas essas proteínas estão atingindo volumes recordes nas exportações. Em novembro, as vendas médias de carne bovina por dia útil somaram 13 mil toneladas, 37% acima do volume de há um ano.

Suínos

Neste mesmo período, as exportações de carne suína subiram 106%, em volume, e as de frango, 42%. O Brasil colocou uma média diária de 25 mil toneladas de carne de frango “in natura” no mercado externo no mês passado, segundo a Secex.

Demanda externa forte e manutenção das vendas internas elevaram os preços médios da arroba de boi gordo para R$ 339 no mercado paulista, o maior valor desde março de 2022. O quilo de suíno foi a R$ 9,9 no preço pago ao produtor, e o do frango, a R$ 7,9.

Outra pressão forte no bolso do consumidor vem do café. O clima afetou a produção do Vietnã, líder no café tipo robusta, e a do Brasil, maior produtor de café arábica.

A demanda externa está forte, impulsionando os preços no campo. A saca de café arábica atingiu o recorde de R$ 1.777, na média do mês passado, o dobro da de novembro de 2023, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Café e soja

O café canéfora (robusta e conilon) segue o mesmo ritmo. Os preços médios do mês passado subiram para o recorde de R$ 1.573, com alta de 138%, em relação aos de há um ano.

Os preços externos do café estão 52% acima dos de há um ano, e isso ocorre em um período em que as exportações brasileiras subiram 33% no período. Internamente, o café em pó esteve 5,7% mais caro nos supermercados no mês passado, acumulando reajuste de 32% no ano, conforme dados da Fipe.

As exportações de soja também estão aquecidas, e as previsões indicam 97 milhões de toneladas até novembro. Exportações do grão e maior demanda interna pelo óleo fizeram os preços deste derivado da soja subir 15% para o consumidor nos supermercados, apenas em novembro.

Açúcar

O Brasil ganha mercado externo também no açúcar. As exportações dos dois últimos anos vêm crescendo, mas a pressão externa dos preços diminuiu neste ano.

No mês passado, o país negociou o açúcar com 10% de queda, em relação a novembro do ano passado, segundo a Secex. Já a Fipe indica manutenção dos preços internos, que subiram 3,6% para o consumidor.

Vários produtos, porém, estão em queda e seguram a taxa de inflação. Entre eles, arroz, feijão, leite e legumes. O leite, mesmo com a queda atual, aumentou 23% no ano; o arroz, 8%.

Fonte: Bahia.ba

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