Meta é reduzir o uso de água nas operações industriais em 10% até 2020
A água é um recurso indispensável para a manutenção da vida. No contexto mundial, o Brasil é o país com mais disponibilidade de água doce, mas sua distribuição natural é desigual. A partir da Resolução nº 32 de 2003, publicada pelo Conselho Nacional de Recurso Hídricos, o país está dividido em 12 regiões hidrográficas, sendo que a maior abundância desse recurso se encontra na região Norte do país, onde é baixa a densidade demográfica e menor concentração de indústrias.
De acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA), publicados em 2018, a maior demanda de água no país é para irrigação, abastecimento humano e animal, geração de energia, mineração, aquicultura (criação de peixes e mariscos), indústria, lazer e turismo. Essa demanda por água doce é crescente e, segundo a ANA, até 2020 o uso deve aumentar em 24%, refletindo o crescimento econômico e a expansão urbana. Isso reforça a necessidade de desenvolvimento de novas tecnologias e adoção de alternativas de reuso que reduzam e otimizem a utilização da água nos processos industriais e no consumo em geral.
A indústria brasileira ocupa a terceira posição em termos de uso de água. O setor utiliza recursos hídricos nas diversas etapas de seus processos produtivos, incluindo a transformação de matéria-prima. Esse dado leva as empresas a repensarem suas práticas com a utilização da água, estimulando pesquisas e o desenvolvimento de novas formas de produzir.
CASO DE SUCESSO – Um projeto que tem demonstrado bons resultados na redução do uso de água vem sendo desenvolvido pela área de Controle Ambiental da Veracel Celulose, em Eunápolis, no Sul da Bahia. A empresa adota uma política de uso racional de recursos hídricos nos processos industriais, buscando reduzir a utilização de água em suas operações.
Graças a esse projeto, em 2018, a Veracel Celulose alcançou o seu melhor resultado, batendo o recorde interno de utilização da água. Foram 23,6 metros cúbicos de água para cada tonelada de celulose produzida. Anteriormente, a melhor marca anual havia sido 25 metros cúbicos para cada uma tonelada produzida. Com o aprimoramento dos processos registrados no último ano, houve redução de 5,6% no uso especifico de água dessa atividade.
Segundo o coordenador de Controle Ambiental da empresa, Tarciso Matos, o resultado é fruto da capacidade de interação entre as equipes de meio ambiente, operação, manutenção e engenharia. “Quando trabalhamos juntos e de forma cooperativa, alcançamos um resultado muito maior”, afirmou Matos. Ele destacou ainda que as ações implementadas tiveram baixo custo financeiro para a unidade e trouxeram um retorno financeiro significativo com a economia de água.
O coordenador explica que as soluções para melhorar a gestão do recurso natural nos processos industriais da Veracel tiveram foco na eliminação dos transbordos de água dos tanques e no reuso da água de selagem das bombas. Foram implementadas lógicas de controle de nível nos tanques, criado alarmes nos painéis de controle, realizadas pequenas modificações estruturais nas tubulações e desenvolvidas ferramentas de acompanhamento e gestão diária do uso de água.
De acordo com o diretor Industrial da Veracel, Ari Medeiros, foram estabelecidas metas para reduzir em 10% o uso específico de água da fábrica até 2020, tendo como objetivo alcançar um uso inferior a 22,5 metros cúbicos de água por tonelada de celulose. Para 2019, a meta de uso de água é 23 metros cúbicos/tonelada. “Portanto, temos um novo desafio para nos motivar, que é totalmente possível e depende mais uma vez da interação de cada um de nós”, concluiu Medeiros.
SEMPRE PENSANDO NA SUSTENTABILIDADE – Conforme o Relatório de Sustentabilidade da Veracel Celulose divulgado anualmente, além do plano de ação para reduzir o uso de água, a empresa tem uma rotina de monitoramento do Rio Jequitinhonha, de onde é captada a água para suas operações. Nesse processo, é avaliada periodicamente a qualidade do recurso hídrico, antes e depois do ponto de lançamento de efluentes tratados.
Ainda de acordo com o Relatório, a captação de água utilizada nas operações industriais e florestais da empresa estão abaixo do limite que é permitido pela outorga da ANA.
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