Índio

Índio

É através desse amontoado de ossos, músculos, cartilagens e tecidos que somos percebidos pelo mundo, é com ele que nos movimentamos pela vida. É esse corpo que nos é dado no nascimento que dita como as pessoas tratam umas às outras, que implica em identidades e, portanto, visões diferentes da realidade. Imagine a realidade de um índio, li sobre a tribo “Povo da neblina”, ninguém vive só, é comum ter várias mulheres ou vários maridos para as índias. Se um homem morria, seus filhos e mulheres eram de imediato adotados por outro capaz de protegê-los e sustentá-los. O abuso contra as mulheres e os meninos era tabu: quem praticava uma violação perdia sua família e era condenado a dormir só, porque também deixava de ser aceito na cabana dos solteiros.

Entre o povo da neblina o único castigo era o isolamento: nada temiam mais do que ser excluído da comunidade. Afora isso, a ideia de prêmio e castigo não existia entre eles; os meninos aprendiam imitando os adultos, pois, se não o fizessem, estariam destinados a perecer. Deviam aprender a caçar, pescar, plantar e colher, respeitar a natureza.

Os índios não seduzem as vistas, não subjugam os homens, não os menciona a história em suas páginas luminosas ou sombrias; o vão do telhado em que abrigaram a prole, a árvore em que pousaram, são as testemunhas únicas e passageiras da felicidade do índio. Quando a morte os colhe, vão eles pousar no regaço comum da eternidade, onde dormem o mesmo perpétuo sono do capitão do navio.

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