Indignado com Deus

“Direi a Deus, minha Rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que devo sair vagueando e pranteando, oprimido pelo inimigo? Até os meus ossos sofrem agonia mortal quando os meus adversários zombam de mim, perguntando-me o tempo todo: “Onde está o seu Deus?” (Salmos 42.9-10)

O cristianismo é, essencialmente, uma experiência relacional. O Deus revelado em Cristo Jesus promete envolvimento. Ele é pessoal, nos ama e se revela a nós. O cristianismo envolve experiências devocionais, apoia-se em símbolos e ritos, mas é maior que tudo isso. É pessoal e íntimo. Ser cristão é colocar os pés da alma no solo sagrado da presença de Deus. Menos que isso é apenas religião. Deus sempre foi assim em relação a nós: pessoal. Mesmo no Antigo Testamento, antes da vinda de Jesus, aqueles que entenderam Sua mensagem, foram pessoais e ousados, como o salmista. Nosso ser, que é uma ideia de Deus, é apropriado e foi concebido para este relacionamento. Estar com Deus, relacionar-se com Ele e conhece-lo neste processo é voltar para casa.

O salmista aproxima-se de Deus a quem reconhece como sua Rocha e não finge que está tudo bem, não se resigna, pois não precisa fazer isso. Deus o receberá com suas reclamações. Ele não está entendendo o momento. Quantas vezes não entendemos? Se não estamos aprendendo a ser pessoais com Deus e a nos relacionar com Ele pela fé, nos ressentimos. Ficamos paralisados e facilmente duvidamos até mesmo de que Deus exista. “Ele não deve existir”, concluímos, “pois se existe é mal ou não me ama. Pois não me protegeu dessa dor e nem está fazendo nada para me ajudar.” Este é o ponto a que alguns chegam em relação a Deus. Mas o Deus revelado nas Escrituras e em Cristo está por perto, nos ama, tem ideias próprias, nos contraria, se revela e nos ouve.

Não é impróprio dizer para Deus exatamente como nos sentimos. Seja em relação a Ele ou à vida. O que espera de Deus pode lhe levar a conflitos com Ele, como ocorreu com o salmista. Para ele, Deus é sua Rocha. Ao se sentir vulnerável, ele se queixa diante do Deus que deveria estar sendo seu lugar seguro. Esse é um tipo de conversa que acaba nos levando mais para perto de Deus. Nela há sinceridade, busca por Deus e disposição para aprender. Devemos apenas entender que há uma grande diferença em como nos sentimos sobre Deus e quem é Deus. Ir a Ele e dizer como nos sentimos, revela como o entendemos e abre caminho para que possamos realmente conhece-lo. Por isso, reclamando ou agradecendo, felizes ou amargurados, devemos sempre ir em Sua direção. Não há lugar melhor que a presença de Deus.

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