Após a implantação e capacitação dos Núcleos Comunitários de Coleta de Sementes e Produção de Mudas, o Programa Arboretum inicia a implantação de uma metodologia inovadora na recomposição de áreas degradadas e alteradas que reúne princípios da nucleação, da muvuca e da agroecologia, em um modelo denominado Bioexpansão.
A Bioexpansão
A Bioexpansão trabalha com gradientes de energia aportando numa área diferentes propágulos (sementes, mudas e estacas). Conforme relatado por Lauro Rodrigues, pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros e Coordenador científico do Arboretum, tal modelo preconiza um aporte maior na implantação e um custo praticamente nulo de manutenção.
“A restauração florestal importou da silvicultura conceitos de linearidade e de manejo próprios dos cultivos que não têm sido eficientes quando aplicados para a recomposição de uma floresta tropical. Nesse sentido a Bioexpansão atua de um modo diverso numa abordagem orgânica e plástica adaptada ao sítio,” explica a Bióloga Natália Coelho, analista ambiental do Serviço Florestal Brasileiro e Coordenadora técnica-executiva do Programa.
A Bioexpansão ainda percebe elementos como as formigas e herbáceas, não desejáveis num sistema convencional de silvicultura, como fundamentais no processo dinâmico de formação de uma floresta tropical, considerando mais a interação e menos a competição.
A Comunidade dos Quilombolas dos Mota-Itanhém-BA
A Comunidade dos Quilombolas dos Mota, localizada no Município de Itanhém-BA, é carente de alternativas de geração de renda e que, como diversas outras comunidades rurais, já sofre com períodos recentes de forte estiagem. Uma das características principais da comunidade é a prática da agricultura familiar, baseada no cultivo de gêneros alimentícios como mandioca, feijão milho e hortaliças.
O Programa Arboretum iniciou o contato com a Comunidade em julho de 2015, por meio da Professora Ana Odália da Universidade do Estado da Bahia-UNEB, e a partir de então foram realizados diagnósticos nas áreas para recomposição florestal. “Essa implantação gerou recursos pontuais para a comunidade que participou ativamente em sua implantação. “O Programa Arboretum, assim como acontece em outras comunidades, já trabalha na efetivação de uma parceria permanente com os Quilombolas dos Mota, buscando criar alternativas de renda associadas à conservação e recomposição da floresta.” pontuou Ana Odália, Coordenadora de Educação Ambiental do Programa Arboretum.
Fonte: Arboretum