Ilhéus: Pescador confundido com irmão morto tenta provar que está vivo

Homem procurou Polícia Civil na Bahia para esclarecer mal entendido.

Irmão foi esfaqueado em 2013 e usou nome do pescador em hospital.

Um pescador da cidade de Ilhéus, na região sul da Bahia, procurou a Polícia Civil para tentar provar que está vivo, após ter o nome trocado com o do irmão que morreu esfaqueado há dois anos. Atanaildes Eliziário Nascimento Santos, de 45 anos, disse que percebeu o problema após ter tentado tirar documentos pessoais e fazer um empréstimo bancário.

“Fui tirar carteira de identidade e carteira de trabalho, mas não consegui. Depois, fui fazer um empréstimo no banco, mas também não consegui. E ninguém me falava o motivo, só diziam que eu não podia. E eu ficava perdido, sem saber o que fazer”, destacou.

O irmão mais velho de Atanaildes, Astroildes Nascimento Santos, foi esfaqueado em 2013 quando tinha 45 anos na cidade de Uruçuca, também no sul do estado.

Ele chegou a ser socorrido e deu entrada em um hospital usando o documento do pescador. No entanto, horas depois, ele morreu e o nome de Atanaildes foi incluído na guia de necrópsia. Astroildes foi enterrado por engano com o nome de Atanaildes.

“No dia em que foi assassinado, Astroildes estava com o documento do irmão e, como foi trazido para o hospital regional com esse documento e depois veio a óbito, o corpo foi liberado como se fosse o do irmão”, disse o investigador da Polícia Civil Eustácio Lopes.

Atanaildes disse que a mãe chegou a contar para ele que o irmão tinha sido enterrado com o seu dele, mas ele não acreditou. Ele só descobriu que a história era verdadeira há seis meses.

O pescador foi até o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Ilhéus para coletar digitais e provar que está vivo, na esperança de voltar a ter uma vida normal. “Ele vai ter uma certidão para ajuizar uma ação e tornar nula a certidão de óbito dele e, com isso, ter os seus direitos sociais restabelecidos”, destacou Eustácio Lopes.

Atanaildes já sabe o que vai fazer depois de ter a situação dos documentos resolvida: “Vou regularizar a carteira de pesca e começar a trabalhar”, afirma.

 

 

G1

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