Ilhéus: Ocupação no aeroporto é mantida, mas não afeta rotina

Infraero diz que protesto de agricultores é pacífico, mas apitaço incomoda.

Protetores auriculares foram dados aos funcionários para reduzir transtorno.

Em protesto desde sexta-feira (10), agricultores mantêm nesta segunda (13) a ocupação no aeroporto Jorge Amado, no município de Ilhéus, sul da Bahia. Os agricultores pedem a revisão do processo de demarcação da reserva indígena Tupinambá e denunciam invasões a propriedades rurais cometidas por pessoas que se apresentam como índios.

De acordo com Luís Henrique Uaquim, presidente da Associação dos Pequenos Produtores de Ilhéus, no domingo (12) a sede da associação foi transferida para o aeroporto, onde foi realizada uma reunião com 450 pequenos agricultores.

Nesta manhã, 100 pessoas permanecem no saguão do aeroporto. O embarque e desembarque de passageiros não são afetados pela mobilização dos agricultores, segundo Ítalo Márcio de Oliveira, gerente de operações e segurança da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária). “Eles são pacíficos, só o barulho dos apitos que é bastante incômodo”, observa o gerente. Para reduzir o transtorno causado pelo barulho, Ítalo conta que protetores auriculares foram entregues pela administração do aeroporto aos funcionários das lojas que ficam no local.

Negociações

Por telefone, o presidente da Associação dos Pequenos Produtores de Ilhéus informou que viaja nesta manhã para Salvador onde se reúne pela tarde com o secretário de Justiça e o secretário da Casa Civil. Na terça-feira (14), Luís Henrique Uaquim segue para Brasília, onde participa de uma audiência com o ministro da Justiça. “Não basta ter a audiência, é preciso uma negociação. A ocupação continua por tempo indeterminado”, diz Uaquim.

Reivindicações

Segundo Abiel da Silva Santos, diretor da Associação de Pequenos Agricultores Rurais, além de pedir a revisão do processo de demarcação da reserva indígena Tupinambá, os agricultores denunciam invasões a propriedades rurais cometidas por pessoas que se dizem índios.

“Foram mais de 18 propriedades invadidas nesses últimos 15 dias. Não estamos suportando mais. Deram para atacar idosos, o último foi um de 83 anos. Um bando de 30 pessoas que revira a casa, pergunta pela aposentadoria. Até em assentamento eles entram”, afirma o associado.

Ocupação

A ocupação ocorreu na sexta-feira. Participam do movimento pequenos agricultores, quilombolas, fazendeiros e assentados. A Infraero permitiu que 100 deles ocupem o saguão interno do aeroporto de Ilhéus para realizar o protesto.

 

Fonte: G1

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui