Ilhéus: Índio de 2 anos é levado pela PF durante ação e cria confusão

Índios acusam PF de chegar atirando e negam abandono da criança

Ilhéus: Índio de 2 anos é levado pela PF durante ação e cria confusãoUm índio de 2 anos foi levado pela Polícia Federal de Ilhéus durante uma reintegração de posse na aldeia de Tupinambá da Serra do Padeiro. O caso foi no domingo (2) e índios acusam a polícia de usar violência e levar à criança à força.

Em nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) diz que o garoto acabou se perdendo dos pais, que fugiam da PF por uma mata. O delegado Severino Moreira da Silva então o pegou e encaminhou para o Conselho Tutelar do município, que encaminhou uma criança para uma creche da cidade.

Já a Polícia Federal diz que o menino foi abandonado pelos índios, que estavam no local ilegalmente. Os indígenas foram retirados da fazenda por força de decisão judicial no final de janeiro, mas um grupo, liderado pelo cacique Babau, retornou para lá.

Ao site do Cimi, o cacique Babau negou a versão policial. “Isso não é abandono! A PF que entrou atirando e então todos fugiram para o mato como tática de proteção e resistência”, afirmou. Ele diz que o pai voltou para buscar o menino assim que deixou a mulher e outros dois filhos em local seguro, mas os policiais já haviam levado o garoto.

A Conselho Tutelar encaminhou o menino para a Instituição de Acolhimento Renascer, onde ele ficará aguardando uma decisão da Justiça sobre seu futuro. A Fundação Nacional do Índio (Funai) não teve autorização para retirar a criança da creche.

Os tupinambás dizem que nunca saíram do local e que a polícia chegou atirando. Eles dizem ainda que a Fazenda São José fica em um território que é considerado indígena desde 2009 pelo Estado, mas em janeiro deste ano foi alvo de reintegração de posse. O cacique Babau ainda reclama da instalação de uma base da PF no local.

“O ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) é dupla-face: para nós ele fala em diálogo, mas não é possível que a Polícia Federal monte uma base militar dentro de uma terra indígena sem ele saber. Não são os fazendeiros nos atacando ou pistoleiros contratados por eles. É a polícia”, diz.

A reportagem não conseguiu contato com o delegado Severino Moreira, mas a PF de Ilhéus nega que tiros tenham sido disparados na ação, que era para evitar nova ocupação da área reintegrada pela Justiça, diz a polícia.

 

 

 

Fonte: Correio

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui