Na Bahia, casos de condições de trabalho análogas à escravidão vêm acontecendo com mais frequência, principalmente na Zona Rural. Dessa vez, entretanto, tais condições foram detectadas por auditores fiscais do Trabalho em uma obra financiada pelo Governo Federal e pela Administração Municipal de Ilhéus no perímetro urbano. O fato aconteceu em 9 de junho na construção do Centro de Arte e Esporte Unificado – CEO. Os trabalhadores daquela obra contam que vieram da cidade de Serrinha e foram contratados para trabalhar em Ilhéus. Há dois meses, estão trabalhando em tais obras e até hoje não receberam qualquer remuneração salarial, estando sem possibilidades de retorno à terra de origem, além de não terem Carteira de Trabalho assinada. Daniel Fiúza, auditor fiscal que esteve na obra, afirma que no local não havia banheiro em condições de uso, refeitório adequado e água potável, além dos trabalhadores serem submetidos a situações degradantes, dormindo em cima de mesas ou usando cadeiras, tudo sem colchões ou travesseiros.
No decorrer da ação fiscalizatória, oito trabalhadores paralisaram suas atividades e no dia 10 foram resgatados da casa em que eram mantidos. De lá, foram levados para alojamento do Centro de Referência de Assistência Social da Cidade – CRAS. Fiúza completa o que mais será feito para a proteção dos trabalhadores: “A primeira providência foi alojar os trabalhadores de forma digna. Agora vamos tentar, junto ao empregador, a assinatura da carteira de trabalho dessas pessoas que estavam sem a formalização do vínculo trabalhista, o pagamento das verbas rescisórias e o retorno ao local de origem”, informou o auditor.
Da Redação
Foto: Secretaria Regional do Trabalho e Emprego