“O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro.” (Efésios 4.14)
A fé cristã tem sido passada de geração a geração, mas não sem percalços e dificuldades. Não sem que desvios de todos os tipos minem a consistência espiritual das comunidades cristãs e seus membros. Mas é na vida como Corpo de Cristo que o Evangelho segue na história. Na medida em que cada cristão torna comunitário o dom que recebeu pela graça de Cristo. O fortalecimento da igreja é a mais consistente forma de legar às gerações futuras a mensagem do amor de Deus, e de fortalecer cada cristão para não venha a ser vítima de enganos. Cada um de nós é parte fundamental nesse processo. Nos países em que as igrejas se enfraqueceram o Evangelho diminuiu em meio à sociedade. É verdade que há necessidade de melhorias e mudanças na igreja, mas ela não é dispensável em nossa jornada cristã.
Atualmente, poucas pessoas são parte apenas de uma única igreja e aprendem de um pastor apenas. A maioria é membro do tipo multi-igreja e ovelha do tipo multi-pastor. Isso não é, necessariamente, algo negativo. Pode-se tirar grande proveito disso e conheço pessoas que se beneficiam. Nenhuma igreja é perfeita e nenhum pastor é completo. Mas cabe considerar que isso exige mais maturidade e o zelo que foi identificado por Lucas nos cristãos bereanos (At 17.11), que verificavam a coerência do que ouviam com as Escrituras. Por outro lado, há um número crescente de pessoas que tem se afastado de igrejas, passando a viver um cristianismo privatizado. São cristãos sem-igreja que exercem um auto-pastorado. Cansaram-se de ambos: de igrejas e de pastores.
Porém o fortalecimento e o crescimento espiritual propostos pela fé cristã acontecem, de modo apropriado, no envolvimento e comprometimento com uma comunidade de fé e em meio aos seus desafios. Nosso amadurecimento espiritual exige muita coisa que falta à visão multi-igreja e à visão sem-igreja. Podemos discutir a forma como nos organizamos para sermos igrejas e é sempre desejável que avaliemos isso. Não há um modelo perfeito. Mas a fé cristã nos convida à comunhão, à cooperação e à união uns com os outros. Quando aprendemos a ser parte, a servir, a nos unir pela fé tendo os olhos em Cristo, então podemos cooperar e experimentar o poder terapêutico e transformador da vida na igreja. E comprovar que ela não é dispensável, mas necessária e fundamental.
ucs