“Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo.” (Colossenses 2.8)
A escravidão, como parte do sistema econômico mundial que caracterizou épocas passadas, é uma página indigna de nossa história. Dentre os muitos que trabalharam para que as coisas mudassem está um cristão inglês cuja história vale ser conhecida: Willian Wilberforce (1759-1833). No Brasil tivemos também nossos heróis neste campo. A escravidão representa o completo desrespeito ao valor do ser humano e estabelece a indignidade nas relações sociais. Há diversos tipos de escravidão e muitas ainda estão em voga. O pecado é escravizador de diversas formas. Uma das mais sutis e cruéis é a escravidão das ideias que inspiram.
Satanás produz ideias escravizantes e as distribui por todos os meios e há muitos a serviço desse seu ministério. Devemos ter muito cuidado porque, inclusive, no ambiente religioso, isso acontece. Não é incomum que a piedade ensinada seja apenas uma embalagem para uma perspectiva de vida escravizante (1 Co 11.14). Não teríamos chances contra a escravidão das ideias se não fosse a presença e atuação permanente do Espírito Santo entre nós. Mas precisamos buscar esse discernimento. Ele é o Espírito da Verdade (1 Jo 4.6). Ele nos convence do pecado, do que é justo e injusto e das consequências de nossas escolhas (Jo 16.7-8). Ideias escravizantes produzem seres humanos desumanos, imaturos, ignorantes sobre si mesmos e sobre o verdadeiro significado da vida.
Ideias escravizantes não nos preparam para lidar conosco mesmos (Cl 2.23). Elas nos tornam críticos de nossos irmãos e intolerantes com suas falhas, até mesmo com as diferenças que não necessariamente são falhas. E, ao mesmo tempo, nos fazem cegos para quem realmente somos. Elas nos mantem infantis, embora nos leve a pensar que somos maduros (1 Co 3.2-3). Deus tem coisas melhores para nós. Suas verdades nos libertam, nos encaminham para a maturidade. Elas nos ajudam a superar feridas e nos fortalecem para lidar com problemas e dores. Elas nos tornam mais amorosos, misericordiosos e empáticos. Tenha cuidado com ideias escravizantes. Afinal, o preço que Cristo pagou por nós foi alto demais para que vivamos como escravos de ideias que, mesmo lógicas, representam apenas a mente humana. Pelo contrário, quando Cristo nos liberta é para que de fato sejamos livres (Gl 5:1).