EUNÁPOLIS – Apontada pela polícia como mentora intelectual e participante de uma chacina em que morreram três mulheres de uma mesma família, ocorrida em Eunápolis, em janeiro deste ano, a homicida Ideane Nascimento de Souza, 25, declarou nesta quinta-feira (14) que apenas deu a “facada de misericórdia” em Sirlélia Santos Souza, 38, a Léia.
“Entramos na casa, não era para matar ninguém, era só para dar um susto, o menino se precipitou e acabou matando. Quando eu vi a mulher tremendo, eu terminei de cortar o pescoço dela”, afirmou.
Além de Léia, morreram na chacina suas duas filhas, Rosiane Souza Santos, 22, e Valdiele Santos Reis, 17. “Os meninos se precipitaram e, quando eu entrei no quarto, eles já tinham matado as outras duas”, declarou.
Os “meninos” a que se refere, são quatro adolescentes com idade entre 16 e 17 anos, apreendidos dois dias depois do triplo homicídio.
Além dos jovens, também foi preso Melque Silva Souza, 19. Eles relataram participação no crime e delataram Ideane que, no dia seguinte ao fato, fugiu para Vitória (ES), onde diz ter vivido fazendo faxina como diarista.
Segundo a polícia, Ideane foi presa em Piúma, a 180 km de Vitória, no sul capixaba. A moça afirmou que foi presa porque teve um desentendimento com uma mulher que a teria denunciado. Ideane fazia questão de dizer aos seus conhecidos no Espírito Santo o que havia ocorrido em Eunápolis.
“Mostrava que estava lá [escondida] por isso”, revelou Ideane.
Segundo o delegado titular de Eunápolis, Rodolfo Faro, ela responderá por crime triplamente qualificado, cruel, sem chance de defesa para as vítimas.
“Estamos apurando se o motivo do crime foi desentendimento entre ela e Léia, mas há ainda uma outra possibilidade de motivação que estamos investigando”.
Fonte: Mário Bittencourt/A Tarde