Ibuprofeno e coronavírus: veja o que  diz especialistas

Ibuprofeno e coronavírus: veja o que  diz especialistas
Ibuprofeno e coronavírus: veja o que  diz especialistas. Foto: reprodução

Um alerta feito pelo ministro da Saúde da França no sábado (14), contra o uso de ibuprofeno para a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, levou a questionamentos sobre se essa substância, presente em anti-inflamatórios, poderia agravar o quadro da doença.

O pedido do ministro francês – de que as pessoas com Covid-19 evitassem o ibuprofeno e tomassem, em vez disso, paracetamol – veio depois de uma pesquisa publicada na revista científica “The Lancet” no dia 11. O estudo sugeria que pacientes com diabetes e hipertensão que eram tratados com ibuprofeno tinham mais riscos de desenvolver quadros severos de Covid-19.

Para especialistas ouvidos pelo G1, os resultados da pesquisa são preliminares, mas, por precaução, não recomendam o uso do ibuprofeno para pessoas infectadas com o novo coronavírus.

“Não é uma evidência forte, mas quer dizer que tem que tomar cuidado”, explica o infectologista Celso Granato, professor da Unifesp e diretor clínico do grupo Fleury, em São Paulo.

“A orientação que nós temos é: procure não usar ibuprofeno. Existem vários outros anti-inflamatórios, antitérmicos – por exemplo, paracetamol – que têm o mesmo efeito e não têm evidência de que têm esse problema”, lembra Granato.

Ele também não recomenda o uso de corticoides – que, explica, podem ter efeitos semelhantes aos do ibuprofeno.

O infectologista José David Urbaéz, da Sociedade Brasileira de Infectologia no Distrito Federal, concorda que, neste momento, o melhor é evitar o ibuprofeno. Para ele, o fato de, no Brasil, não ser habitual tratar doenças virais com anti-inflamatórios é um fator que favorece o país.

“Temos cultura de paracetamol e dipirona. É um fator que nos deixa tranquilos”, afirma.

Granato concorda: “como esse dado surgiu na Europa, e a Europa tem um uso de ibuprofeno muito grande, foi muito evidente lá. Outros lugares usam menos. Aqui no Brasil, não é muito usado”.

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