A expectativa de uma produção de gás natural semelhante à de Manati, que trabalha com vazão de 8 milhões de metros cúbicos por dia atualmente, está aproximando a atividade exploratória do santuário ecológico de Abrolhos.
No último dia 5, a Queiroz Galvão Exploração e Produção iniciou a perfuração exploratória em um poço na bacia do Jequitinhonha, que fica a 250 quilômetros do Parque Nacional de Abrolhos, no Litoral Sul baiano. No projetos, serão investidos cerca de R$ 80 milhões.
No final da última semana, a Queiroz Galvão anunciou que recebeu do Instituo Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) uma licença de exploração válida até o ano de 2013. Para liberar a atividade, o órgão ambiental estabeleceu condicionantes adicionais em relação às normalmente exigidas na atividade de exploração de petróleo e gás.
A licença assinada pelo presidente do Ibama, Curt Trennepohl, estabelece 15 condições específicas para a permitir a atividade no local. Insuficiente para o ambientalista Marcell Morais, presidente do Grupo Ecológico Amigos da Onça (Geamo). “A gente é contra a liberação porque as autorizações são dadas sempre com algum tipo de brecha para problemas”, diz.
Uma das muitas condicionantes estabelece que a exploração só deve se dar entre os meses de junho e setembro, segundo o Ibama, por causa das “menores probabilidades de óleo atingir a área de Abrolhos”.
As duas áreas na Bacia do Jequitinhonha foram arrematadas durante a 4ª Rodada de Negociações da Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 2002. A Queiroz Galvão pagou R$ 855 mil pela área de 766 mil metros quadrados, enquanto a Petrobras, em consórcio com a Statoil ASA, pagou R$ 13,2 milhões 1,9 milhão de metros quadrados.
Fonte: Donaldson Gomes / A Tarde