Da quinta-feira, 23 de novembro, até sábado, 25 de novembro, (25), Salvador sediou o I Fórum Nordeste de Economia Circular (FNEC), realizado pelo Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), em parceria com o movimento Reinventando Futuros e o Instituto IDI. Com o objetivo de fomentar o debate e o alinhamento de estratégias e práticas relacionadas à gestão de resíduos sólidos, o evento teve sua abertura oficial realizada na manhã desta quinta-feira (23), no auditório do Senai Cimatec, com a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia, Angelo Almeida, e do vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior.
O evento se consolida como um catalisador para a mudança, moldando a narrativa e as ações em direção a um futuro mais sustentável e alinhado com os princípios fundamentais da economia circular e contribui com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). A economia circular não apenas visa à sustentabilidade ambiental, mas também impulsiona inovações econômicas e sociais, promovendo um equilíbrio essencial entre crescimento econômico e conservação ambiental. O conceito inovador reorienta a dinâmica de produzir, consumir e gerir resíduos.
Sob esse ponto de vista, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, destaca a importância de ter um evento como este na agenda do Estado. Para a Bahia que já atrai os olhares do mundo todo pelas suas matrizes de energia renovável, limpa, abundante, segura e barata. “Cabe ao Estado pensar em um fórum como esse, não só assumir o protagonismo, que já existe, mas para que a gente possa fazer mudanças de conceitos, conversar com a sociedade e fazer com que seja colocado luz sobre esse conceito que, inclusive, tem aderência com as ODS, com os objetivos de economia sustentável”, pontuou o titular da SDE.
“A economia circular é uma pauta mundial, ambiental da década. E este evento é um chamado para que a gente possa entender como fazer juntos, através das trocas e das discussões, como é que a gente vai fazer para ter um futuro regenerativo”, pontuou Lídice Berman, idealizadora do evento e representante do IDI. Segundo ela, o fórum mostra que a criatividade brasileira, do nordeste e da Bahia é uma ferramenta valiosa, essencial e importante para a transição da economia linear – que é a que a gente vive – para a economia circular. “Essa também é nossa bandeira, de que a indústria criativa como uma grande ferramenta aceleradora desse processo de transição”, completou.
Com mais de 150 especialistas de renome internacional reunidos, com 130 horas de conteúdo, o I Fórum de Economia Circular na Bahia tem entrada gratuita e é realizado simultaneamente nos museus de Arte da Bahia (MAB), de Arte Contemporânea da Bahia (MAC), Carlos Costa Pinto, Geológico e ainda na Sala de Arte Cinema do Museu. Durante os três dias, serão realizadas palestras, palco podcast, painéis, mesas de debate, oficinas, workshops, lab maker, mostra de cinema, feiras e programação cultural. A programação completa do evento está disponível no site nordesteeconomiacircular.com.br.
Workshop
Dentre as atividades realizadas no MAC, neste primeiro dia de evento, o workshop “Economia Circular: um mundo de oportunidades”, liderado por Diva Oliveira, que comanda o projeto Mosaico Reciclado há 20 anos, dividiu com os participantes da oficina sua experiência na reciclagem de resíduos de garrafas PET para produção de quadros e estilização de camisetas.
A administradora Tarcília Rocha participou do workshop e enfatizou o poder de transformação do evento. “Enquanto consumidora de produtos com muito plástico, perceber que podemos trazer uma nova vida útil para este resíduo e beneficiar a natureza, criando uma arte é muito interessante. É importante ter atitudes como esta para gerar um futuro melhor para o planeta e para os seres humanos”, destaca Tarcília, que ainda considera o poder terapêutico do workshop.
Participante do painel “Transição justa: O que é, como funciona na prática e quem já está atuando”, a coordenadora-geral do Movimento de Organização Comunitária (MOC), Célia Firmo, falou sobre como o evento e a troca de experiências colaboram para uma mudança de paradigmas, em diferentes instâncias da sociedade. “Nós atuamos na agricultura familiar na região do semiárido, abrangendo mais de 60 municípios baianos. Trazer esse debate para a agriculta familiar é muito importante, por ser um grande pilar da sustentabilidade ambiental. Ampliar esse debate e levar essa discussão para as escolas e outras instâncias do Estado, destacando a importância da integração das ações das políticas públicas.”
Além das autoridades estaduais, participaram da abertura do I Fórum Nordeste de Economia Circular o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Carlos Henrique Passos, Sissi Alves da Silva, coordenadora-geral de Bioeconomia e Economia Circular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, Danilo Cabral, Superintendente da Superintendência do Desenvolvimento Nordeste – SUDENE, Jorge Kroury, Diretor Presidente do Sebrae, Leone Andrade, Diretor Geral do Senai Cimatec, Leonel Leal, Coordenador Local de Projetos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Wagner Alencar, Diretor de Crédito Financeiro do Banco do Nordeste (BNB), Glauber Piva, Secretário Executivo do Consórcio Nordeste, e Jeane Santos, representante do Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclado.
Agô
A programação do I Fórum Nordeste de Economia Circular apresenta ainda a exposição “Agô”, de Ayrson Herácito, como uma destacada contribuição à cena artística contemporânea baiana e brasileira. A mostra reúne um conjunto diversificado de trabalhos, abrangendo tempos distintos e suportes variados, proporcionando uma imersão na riqueza da expressão artística contemporânea. Os visitantes têm a oportunidade de apreciar a exposição na Galeria Contemporânea do Museu de Arte Contemporânea (MAC), com horário de visitação das 9h às 18h, até o próximo sábado (25).