Nasci no final dos anos cinquenta e vi que o progresso humano conseguiu, quando muito, converter um proletariado faminto numa burguesia farta, mas surge logo das entranhas da sociedade um proletariado pior. Jesus tinha razão: haverá sempre pobres entre nós. Talvez a Humanidade seja um erro? Aqui estamos sobre este globo há doze mil anos a girar eternamente em torno do Sol e sem adiantar um metro na famosa “estrada do progresso real” porque só algum ingênuo é que ainda considera “progresso” a invenção do computador, carros etc, ou essas prosas laboriosas e difusas que se denominam “temas sociais”. Nos dois ou três primeiros mil anos de existência, crescemos a uma cerca altura de civilização, mas depois temos vindo rolando para baixo numa cambalhota secular. O tipo secular e doméstico de uma aldeia indígena, é infinitamente mais perfeita do que o nosso organismo doméstico e social.
Viviam, basicamente, da caça, pesca e agricultura. Tinham um contato total com a natureza, pois dependiam dela para quase tudo. Os rios, árvores, animais, ervas e plantas eram de extrema importância para a vida destes índios. Por isso, os índios respeitavam muito a natureza.
De fato, pode-se dizer que o homem nem sequer é superior ao macaco – exceto em duas coisas temerosas – o sofrimento moral e o sofrimento social. Se fosse Deus afogava esta humanidade num dilúvio. Mas afogá-la toda, sem repetir a fatal indulgência que o levou a poupar Noé; se não fosse o egoísmo senil desse patriarca, que queria continuar a viver para continuar a saber, nós hoje gozaríamos a felicidade inefável de não sermos.