Hotéis estimam ocupação acima de 90% para réveillon e carnaval

Aproveitando o bom momento, alguns hotéis de Salvador já estão com cerca de 50% dos quartos reservados

Belas praias, atrações culturais, gastronomia e muita festa. Esses são alguns dos elementos que vivem no imaginário de turistas – brasileiros e estrangeiros – que pretendem vir, não apenas à Salvador, mas a outros pontos do estado como Porto Seguro, Morro de São Paulo e Praia do Forte para curtir o verão em eventos como o réveillon e o carnaval que, em 2016, começa no dia 4 de fevereiro.

De acordo com a Secretaria Estadual de Turismo (Setur), a expectativa é de que o estado receba quase cinco milhões de turistas neste verão, cerca de 5% a mais do que no mesmo período do ano passado. Já na capital, segundo a Secretaria de Cultura (Secult), devem desembarcar 1,8 milhões de visitantes, um aumento de 10%.

Boa parte desse fluxo deve se hospedar nos hotéis da capital e das principais cidades turísticas. Por conta disso, a estimativa é de que haja uma ocupação superior a 90% dos 40 mil leitos disponíveis nos dois períodos, de acordo com a Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA).

Dentre as razões apontadas para este otimismo por parte do setor – apesar da crise econômica – estão a alta do dólar, o que favoreceria o turismo nacional, e a divulgação, de forma antecipada, das atrações da festa de réveillon, realizada pela Prefeitura, que acontece na Praça Cayru, no Comércio, a partir do dia 28 de dezembro. Dentre os artistas que vão passar pelo palco montado no local estão Saulo, Ivete Sangalo, Jota Quest e a dupla Jorge e Mateus.

“Acredito que essa divulgação, até mesmo em outras cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, vai nos ajudar a atingir essa expectativa, apesar da crise violenta pela qual estamos passando nos últimos três anos e que, em 2014, foi péssima para nós”, disse o presidente da FeBHA, Sílvio Pessoa.

Por outro lado, ele analisou à atuação do governo do estado no sentido de atrair mais turistas para a Bahia. “Falta pouco menos de um mês para o verão e eles ainda não lançaram campanha. Não adianta nós apostarmos apenas em nossas belezas naturais”, criticou. Ainda segundo ele, o investimento no turismo é fundamental já que o setor é um dos maiores empregadores em Salvador e é responsável por cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) da capital baiana.

Reservas

Aproveitando o bom momento, alguns hotéis de Salvador já estão com cerca de 50% dos quartos reservados, sendo que a procura tem sido grande principalmente em locais próximos a região da Orla Atlântica, como Itapuã. “Posso dizer que há uma ebulição neste sentido e o movimento de pessoas será grande”, apostou, Pessoa.

Fora da capital, grandes ocupações devem ser registradas em cidades como Porto Seguro, Ilhéus e em alguns pontos do Litoral Norte. “Lá, a ocupação tem sido muito grande e as reservas, praticamente, estão esgotadas. Será muito difícil achar”, acrescentou. Para Pessoa, se as companhias aéreas não se aproveitarem do momento e aumentar as passagens aéreas de forma abusiva, o estado deve receber muitos turistas, principalmente vindos das regiões sul, sudeste e centro-oeste do país.

Contratações

Para dar conta da crescente demanda, tanto em hotéis, quanto nos resorts, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Bahia (ABIH-BA) acredita que as contratações temporárias, para essa estação, devem ser superiores, entre 5% e 20%, em relação ao mesmo período do ano passado. “Elas vão acontecer por que é um período em que os estabelecimentos têm uma ocupação, maior, mesmo com muitas pessoas sempre deixando para a última hora. Isto é natural”, disse o presidente da ABIH-BA, José Manoel Garrido.

Apesar das expectativas, de acordo com os dois, o verão “mais curto” – já que a baixa estação tem início a partir do dia 11/2 – faz com que os gestores tenham um maior desafio para manter os visitantes por mais tempo na cidade, mesmo sem calendário. “Temos ainda mais 300 dias por ano para serem vendidos, afinal estamos, atualmente, trabalhando no vermelho com 54% no acumulado do ano e o ideal seria estarmos acima da margem de 60%”, comentou Pessoa.

Yuri Abreu/Tribuna da Bahia

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