“Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.” (1 Coríntios 13.11)
Guerreiro Menino é uma linda canção. Luís Gonzaga foi muito feliz ao traduzir o drama masculino que mistura dureza e fragilidade, que revela a dependência de condições nem sempre garantidas para se ser feliz. E também a persistente realidade de um homem que se define pelo trabalho, cuja honra depende dele. A poesia termina afirmando que assim não dá pra ser feliz. E não dá mesmo! Pois ainda que atendidas as condições, ainda que se tenha trabalho, dinheiro e a honra que eles ofertam, continua sendo verdadeira a conclusão: não dá pra ser feliz! Homens (e mulheres) infelizes não podem formar sociedades felizes. E a infelicidade não é exclusividade dos pobres ou desempregados. Ela resulta de uma vida equivocada, que desencaminha e desfigura seres humanos, mas sempre oferece muito boas maquiagens.
Nosso grande problema é que redefinimos a vida partir de nós mesmos, distanciados do Criador. Estabelecemos nossos próprios valores e princípios, e nos apegamos às nossas conclusões, cada vez mais confusas. Por isso estamos envolvidos num ritmo de vida e de buscas que ignoram a retidão, a justiça e o amor. E assim nos formamos para construir impérios e não conseguimos manter um casamento. Criamos produtos incríveis, mas não sabemos educar uma criança. E seguimos reproduzindo nossa incompletude uns nos outros, cegamente insistindo em nos definir pelo que é superficial: coisas, marcas e formas. Estamos sorrindo e vibrantes no Facebook, mas na vida real estamos dormindo mal ou sendo incapazes de nos manter acordados para enfrentar a vida. A principal razão disso tudo é nossa falta de fé. Não em nós mesmos, mas em Deus.
Achamos mais fácil acreditar no que faz sentido para nossa frágil razão e temos grande resistência em crer no Deus das Escrituras, anunciado por Jesus. Até nossas religiões, supostamente dedicadas a Jesus e a Deus, muitas vezes revelam-se impérios de seres humanos, encontrando várias formas piedosas de desviarem-se do amor e do serviço, e de multiplicarem meios de prender pessoas, em lugar de cooperar para que sejam livres em Cristo. Mas continua sendo a fé no Deus que nos ama em Cristo o caminho da salvação. Não há outro! E Deus nos enviou o Espírito Santo. Se nos rendermos Ele nos fará ver nossa condição de inacabados; nos levará à inconformação e nos revelará o caminho da Graça. E então, nas Mãos de Deus, seremos curados e amadurecidos. Seremos homens (e mulheres) que inspirem meninos (e meninas) a se tornarem verdadeiros seres humanos para a glória de Deus.
ucs