Tércia Borges continua sendo reconhecida até hoje pelo trabalho que realizou à frente das Voluntárias Sociais, durante a gestão do ex-governador César Borges, entre 1998 e 2002. Ontem à noite, em cerimônia realizada no Yacht Clube da Bahia, ela recebeu o Prêmio Mulher 2010, em reconhecimento aos programas sociais que criou e que funcionam até hoje, como o Nossa Sopa, Prato do Povo e Sua Nota É um Show de Solidariedade. Organizado pelo publicitário José Antonio Bacelar, o prêmio é concedido pela revista CIT – Comércio, Indústria e Turismo a 22 mulheres que se destacam em suas áreas de atuação. Segundo Bacelar, as homenagens ocorrem dia 22 de setembro porque foi a partir dessa data, em 2006, que passou a vigorar a Lei Maria da Penha.
Ao entregar a placa a Tércia Borges, Bacelar lembrou que o programa Nossa Sopa garante atualmente distribuição de alimentos para mais de 250 mil pessoas carentes e que o Prato do Povo continua servindo refeição ao preço simbólico de R$1 em sua unidade do Comércio, no centro de Salvador. “Foi ela quem convenceu o governador César Borges a instituir o projeto Sua Nota É um show de Solidariedade, através do qual o estado repassa recursos regulares a hospitais e instituições filantrópicas, creches e demais entidades que prestam atendimento gratuito à população”, lembrou. Outro projeto citado pelo organizador do evento foi o Casa de Maria, considerado um marco nas políticas de proteção à mulher por garantir um lugar seguro para mães que já não podiam continuar convivendo com maridos agressores. “Infelizmente os governos que se seguiram deixaram essa chama se apagar e a Casa de Maria fechou as portas”.
O evento foi marcado pelas presenças dos candidatos ao Senado César Borges e Edvaldo Brito, que fez a palestra de abertura. “É sempre uma satisfação poder exaltar o culto à mulher, que é a expressão de Deus na face da terra”, disse Edvaldo. Já o senador César Borges enfatizou que “todos nós temos nas nossas mães a nossa inspiração: Edvaldo tem dona Edite, eu tenho dona Juju, mas são as nossas esposas que nos dão aquela retaguarda para que o homem público possa enfrentar os desafios do dia a dia. “É ela que educa os nossos filhos, que nos enche de amor para podermos trabalhar pelas comunidades. Todas as homenagens que pudermos fazer às mulheres ainda serão poucas pelo que representam para todos nós”.
“Tércia fez com que as Voluntárias Sociais se transformassem num organismo vivo do governo, numa grande secretaria voltada para o social. Isso me deu uma versão social do meu governo que foi muito importante”, disse o senador. “Ela me levava as ideias e o meu papel único era dizer sim, senhora, porque realmente ela marcou as Voluntárias Sociais. Acho que a melhor maneira de agradecer é dizendo que eu dedico a ela o meu amor eterno”.
Para Tércia Borges é uma recompensa ter reconhecimento pelo que se faz de coração, sem esperar nenhum retorno. “Tudo o que a gente fez sempre foi com dedicação, porque a gente sabe as carências de nosso estado, principalmente aqui na capital. Só tenho a agradecer por lembrarem do meu nome, mesmo depois de muitos anos, como uma pessoa que ajudou a diminuir essa desigualdade social”.
Entre outras destacadas, foi homenageada como mãe do Ano, Rosa Maria de Jesus, uma viúva que criou seis filhas e um filho e que, tendo priorizado a educação, conseguiu fazer com que todos os sete se tornassem empresários de sucesso. Outra premiada, Luíza Câmara, presidente da Abadef, enfatizou que continuará realizando sua luta em defesa dos direitos das pessoas com deficiência. “Quando existe a palavra problema, vem logo a palavra solução. A todas as mulheres, dedico um poema que diz assim: uma mulher deve ser irresistível aos vinte anos, atraente aos 30, corajosa aos 40 e inesquecível a vida toda”.