Ideias inovadoras elaboradas durante a formação profissionalizante foram selecionadas na etapa estadual do Inova SENAI. Equipes estarão em Salvador, no dia 26.09, no SENAI Cimatec, passando por incubação e amadurecimento dos projetos.
A dificuldade para se resgatar vítimas no Rio Grande do Sul, em meio à inundação, motivou alunos do Curso Técnico semipresencial em Desenvolvimento de Sistemas do SENAI Feira de Santana a pensar num aplicativo que se comunica com drones para localizar pessoas. O Rescue Seeker (Buscador de Resgate, traduzido do inglês) é uma das 10 soluções baianas selecionadas para participar do Inova SENAI Nacional.
A proposta surgiu durante uma aula do professor de Elétrica e Eletrônica Aplicada, Ivanildo da Silva, em que ele e os alunos debatiam sobre como a inovação pode ajudar a trazer soluções para problemas do dia a dia, desde os mais simples até os super complexos, como os desastres naturais. “Nos deparamos com a situação do Rio Grande do Sul, em que pessoas ficaram ilhadas e houve dificuldade para localizar vítimas. Surgiu, então, a ideia de se utilizar um drone com IA, o algoritmo YOLO v9, capaz de identificar pessoas e passar informações para equipes de resgate”, conta o instrutor.
A ideia virou projeto e, inscrita na etapa estadual do Inova SENAI, avançou, ficando entre as cinco mais bem estruturadas. Com isso, a equipe ganhou uma Bolsa Empreendedor no valor de R$ 400, para cada estudante, por três meses. Ao mesmo tempo, o projeto passará por um programa de incubação, realizado em parceria com o CIMATEC Startups, para aumentar o seu nível de amadurecimento, além de participar do Inova Nacional, representando o SENAI Bahia.
“O desenvolvimento durou mais ou menos três meses, mas ainda estamos em aprimoramento. Nossa expectativa é ir longe com este projeto, pois acreditamos que ele pode ser muito útil e importante para os dias de hoje”, avalia o estudante Levi Gama Santos, 17.
Todos podem iluminar – Outro projeto classificado na saga de inovação é o Luminous, um aplicativo de dimensionamento de iluminação para residências e indústrias. De fácil navegação, o app auxilia pessoas a implantar uma iluminação adequada para os ambientes, ajudando o usuário a escolher luminárias e potência das lâmpadas, de acordo com a eficiência energética e as exigências legais e de segurança. Veja o protótipo funcionando aqui.
Desenvolvido por então alunos do Curso Técnico em Eletrotécnica, agora já formados pelo SENAI Juazeiro, o aplicativo tem como objetivo atender a uma demanda crescente por soluções personalizadas de iluminação. “Trabalhava numa loja de material de construção e percebia que muitos clientes não tinham ideia de qual lâmpada seria ideal para seus cômodos ou comércios. À medida em que fui aprendendo mais sobre luminotécnica, entendi que um aplicativo poderia ajudar essas pessoas, que não têm conhecimento na área. Compartilhei a ideia com meus colegas e decidimos tocar o projeto”, afirma Christian Targino Silva, 32.
Para o professor Marlon Pacheco, que orientou os estudantes, o projeto possui potencial para o mercado, com viabilidade econômica para os consumidores, fornecedores e fabricantes. Com a classificação, os integrantes da equipe estão recebendo mentoria para melhorá-lo. “Ele foi desenvolvido para a área residencial e comercial, mas já está em planejamento a sua abrangência à área industrial”, revela o instrutor.
Critérios – Para apresentar as ideias desenvolvidas, os estudantes precisam, muitas vezes, buscar conhecimento em áreas novas para eles, como programação, legislação, cálculos e comunicação, por exemplo. Além disso, todos os projetos precisam apresentar um modelo de negócio, em que se mostre a sua viabilidade econômica e o mercado alvo do produto em que os alunos estão trabalhando.
A coordenadora do Núcleo de Inovação em Educação Profissional do SENAI Bahia, Fernanda Mikulski, explica que a instituição possui uma base curricular que vai além do conteúdo teórico, focando no desenvolvimento de competências e habilidades alinhadas ao perfil profissional exigido pelo mercado. “Aqui, os estudantes aprendem do conceito à prática e são incentivados a desenvolverem soluções criativas e negócios transformadores para o mercado e para indústria. A participação dos nossos alunos em desafios como esse, fomenta a cultura de inovação e transformação digital, além de valorizar talentos e conectar nossos alunos às tendências do mercado”, afirma.