Nas viagens pela 116, viajamos sempre com comboios de caminhões; é preciso ter paciência. A esta hora, em milhares de outras estradas do mundo, os caminhões estão assim, em comboios, rodando para vários destinos. “Todo dia, quando eu pego a estrada. Quase sempre é madrugada. E o meu amor aumenta mais, porque eu penso nela no caminho.” A homenagem de Roberto Carlos.
Eles são prisioneiros das cabines, passam muito tempo ali. A vida é penosa: almoço na estrada, jornadas longas, solidão, e muitos usam “arrebite” para não dormir.
Há medo de assaltos. Existem motoristas de todo tipo: autônomos e empregados. O Brasil precisa deles, já que não investiu na malha ferroviária.
Discutir a importância de uma educação inclusiva. Esse foi o principal objetivo do Seminário sobre Altas Habilidades e Superdotação, que aconteceu na sexta-feira (30), em Salvador. Promovido pela Secretaria Estadual de Educação (SEC), o evento discutiu a importância do reconhecimento e do apoio a estudantes com essas características. O termo “altas habilidades” enfatiza a influência do ambiente —como família, escola e cultura— na formação desses indivíduos.
O encontro reuniu especialistas, educadores e familiares para discutir os desafios e as estratégias para melhor identificar e apoiar alunos superdotados.
A secretária de Educação da Bahia, Rowenna Brito, destacou a relevância estratégica do tema para o Estado. “As famílias que vivenciam e experienciam os estudantes com altas habilidades e superdotação têm uma busca inconstante por uma orientação, um caminho a ser seguido. O Ministério da Educação tem construído diretrizes e, aqui na Bahia, estamos debatendo uma pauta estratégica para construir caminhos dentro das redes estadual e municipais, reafirmando o compromisso do governo com uma educação inclusiva e contextualizada com a vida da juventude baiana”.
Os especialistas afirmam que a superdotação é uma condição heterogênea, mas com características comuns, como a curiosidade e a sensibilidade emocional. Identificar a superdotação nas escolas é uma tarefa desafiadora, em grande parte devido à falta de preparação dos professores. Muitos educadores têm uma visão distorcida ou limitada sobre o que é ser superdotado, frequentemente associando a condição de genialidade. Cíntia é mãe de dois filhos superdotados, Davi, de 7 anos, e Camila, de 9 anos, e ressalta a importância desse seminário para o acolhimento das crianças superdotadas. “É essencial tirar nossas crianças da invisibilidade, mostrar à população baiana que elas precisam de acolhimento e que os professores precisam saber como tratá-las para promover uma geração saudável”. A preocupação da mãe tem fundamentos. Segundo a pesquisadora Francisca Chagas, a formação de professores para essa temática é um dos maiores desafios. “Temos uma grande necessidade de formar profissionais para a identificação precoce desses alunos, que muitas vezes são confundidos com transtornos. Isso é fundamental para preparar o atendimento e personalizar o ensino para essas crianças que necessitam tanto de suporte”.
O psicólogo Damião Silva, palestrante do evento, é uma das referências nacionais no tema. Segundo ele, o Brasil conta com cerca de 27 mil superdotados e a Bahia ocupa a quarta posição no ranking de estados com o maior número de indivíduos nessa condição. Ele também destaca a importância dos educadores para o desenvolvimento integral desses estudantes. “Precisamos investir sempre na capacitação para que se compreenda que a superdotação é uma condição educacional e de vida. A falta de entendimento adequado pode trazer repercussões negativas para a saúde mental e emocional desses indivíduos”. O psicólogo ainda parabenizou o ineditismo do seminário, dizendo que este é o primeiro evento do tema promovido por uma Secretária de Educação de um Estado.
O Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), anunciou, nesta sexta-feira (30), a prorrogação do prazo para a realização das inscrições do Prêmio Bahia Sustentável 2024, que se encerrariam hoje. Agora, os interessados em concorrer à premiação têm até o dia 30 de setembro para realizar as inscrições por meio do preenchimento do formulário ou acessar o site da Sema.
Para a edição deste ano, serão premiados projetos, ações e pesquisas focados na restauração de áreas degradadas, combate à desertificação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas na Bahia nas categorias Ideia Sustentável e Tecnologia Social Sustentável, cada uma subdividida em duas subcategorias.
As subcategorias da Ideia Sustentável são: Inovação Tecnológica e Pesquisa Ambiental. Já as subcategorias da Tecnologia Social Sustentável são: Cidade e Campo.
Podem concorrer ao prêmio as iniciativas desenvolvidas por empresas, universidades e faculdades públicas e privadas, pesquisadores, centros de pesquisa e organizações do terceiro setor, que tenham sido iniciadas a partir do mês de janeiro de 2020, que estejam em fase de finalização ou concluídos, conforme condições estabelecidas no edital.
Tanto as iniciativas premiadas quanto os finalistas irão passar a compor o Banco de Projetos do Prêmio Bahia Sustentável. Além disso, os vencedores e finalistas do Prêmio Bahia Sustentável 2024 terão seus trabalhos divulgados em formato eletrônico e impresso, nos sites institucionais e redes sociais do Estado, bem como na Cerimônia de Premiação, prevista para o mês de dezembro.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, assinaram, nesta sexta-feira (30), um protocolo de intenções que promete revolucionar a saúde pública no Brasil. A cerimônia, na sede da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), marcou um importante passo na modernização e digitalização do sistema de saúde do país, com a Bahia assumindo um papel de liderança nesse processo. Estima-se um investimento total de R$ 30 milhões para a implementação das ações previstas.
O governador Jerônimo Rodrigues celebrou a parceria e enfatizou que ter um banco de dados comum ajuda a pensar políticas públicas de saúde pelos Municípios, Estados e União. “É um bom banco de dados para que prefeitos, governadores e a União possam planejar suas políticas, para que as pessoas tenham menor dificuldade com documentos, exames. Ter as informações da situação de saúde das pessoas ajuda a delinear nossas ações estratégicas. Nos ajudará com a regulação, por exemplo, que também é um compromisso da União. Esse sistema vai aperfeiçoar ainda mais aquilo que a gente já vem fazendo na regulação da Bahia”.
A ministra Nísia Trindade reafirmou o compromisso do Governo Federal com a reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS vai se reconstruir com qualidade, usando a tecnologia de forma integrada com os estados, e a serviço de um sistema de saúde que, além de universal, tem que se pautar pelo cuidado integral à saúde. E é isso que nós firmamos aqui hoje. O SUS digital é um caminho para que haja efetividade nessa visão de um SUS universal e integral para todas as pessoas”, frisou.
Um dos principais destaques é a Rede Estadual de Dados em Saúde da Bahia (REDS), que se consolida como uma plataforma pioneira na integração e qualificação de dados de saúde a nível estadual. A REDS já desempenha um papel crucial ao permitir a troca de informações entre todos os pontos da Rede de Atenção à Saúde, facilitando a transição e a continuidade do cuidado. Com a integração iminente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), o volume de dados disponíveis triplicará, impulsionando a capacidade de monitoramento e gestão das políticas públicas de saúde.
A diretora médica do Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana, Hélvia Fagundes percebe na tecnologia uma aliada da saúde “na qualidade da assistência, mas também das informações. Às vezes em um atendimento a nível hospitalar, a gente não tem acesso a informações prévias do paciente: uma medicação, um diagnóstico, uma cirurgia que ele fez no passado, porquê motivo aconteceu ou como aconteceu. Então, essa integração é uma oportunidade muito grande de melhorar a qualidade das informações que o profissional de saúde tem acesso no momento do atendimento. É uma ferramenta que dá mais segurança ao atendimento desse paciente”, avaliou a gestora.
De acordo com o superintendente de Informação e Saúde Digital da Sesab, Diego Daltro, “a expansão da REDS e sua integração com a RNDS representam um avanço significativo na gestão da saúde pública, permitindo decisões baseadas em evidências e melhorando a eficiência do SUS”. Este projeto é parte de um esforço mais amplo para fortalecer a saúde digital na Bahia e em todo o Brasil, garantindo que profissionais de saúde tenham acesso rápido e seguro a informações críticas para o atendimento aos pacientes.
Expansão do prontuário eletrônico
Outro compromisso central do protocolo é o fortalecimento e a expansão do prontuário eletrônico AGHUse. Este sistema, que já está em operação em 31 unidades de saúde da Bahia e alcançará 95 até 2026, tem demonstrado grande eficiência na interoperabilidade com a RNDS.
A secretária estadual da saúde, Roberta Santana, destaca que o AGHUse não apenas otimiza a gestão hospitalar, mas também serve como modelo para outros estados que buscam aprimorar seus sistemas de saúde digital. “Nossa meta é que o AGHUse se torne uma referência nacional, e a Bahia está pronta para apoiar outros estados na implantação deste sistema, consolidando nossa posição de liderança na disseminação de soluções tecnológicas para a saúde”, afirma a secretária.
Investimentos em Saúde Digital
Os avanços na saúde digital na Bahia têm sido acompanhados por investimentos substanciais. Entre 2023 e 2024, foram investidos mais de R$ 114 milhões, com a aquisição de equipamentos de última geração, a contratação de profissionais especializados, e a implementação de novas tecnologias que visam melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos no estado.
Com a assinatura deste protocolo, a Bahia reafirma sua posição como líder na transformação digital da saúde pública no Brasil, impulsionando uma revolução que promete beneficiar milhões de brasileiros e colocar o SUS em um novo patamar de eficiência e modernidade.
Mais cinco foragidos da Justiça foram inseridos no Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública (SSP), nesta sexta-feira (30). Passam a fazer parte do naipe de “Espadas”, criminosos procurados por homicídio, tráfico de drogas e associação ao tráfico.
Ocupando a carta ‘Dama de Espadas’, André Márcio de Jesus, conhecido como “Buiú” ou “Padaria”, atua no município de Porto Seguro. Ele possui mandado de prisão por tráfico de drogas.
Buiú integra, pela segunda vez, a ferramenta, após a primeira inserção em janeiro de 2013, na carta ‘Ás de Copas’. O procurado foi preso em novembro de 2014 e mantido em cárcere por cerca de um ano no Complexo Penitenciário da Mata Escura. No dia 17 de agosto de 2015, o detento conseguiu fugir.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, “Buiú” é apontado como o fundador de uma organização criminosa originada em Porto Seguro. Além de possuir envolvimento com o tráfico de drogas, o foragido é responsável por comandar homicídios, ataques a ônibus no município, saques contra lojas, roubos a instituições financeiras, entre outros crimes.
Também há registro de sua participação como chefe de uma associação para a comercialização de entorpecentes em escala interestadual, abrangendo as cidades paulistas de São Sebastião e Bertioga, além do município de Novo Cruzeiro, em Minas Gerais.
A carta ‘Nove de Espadas’, passa a ilustrar o rosto de Emanuel Santos Morais, o “Neto”, apontado como chefe de uma organização criminosa que atua no bairro do Geraldão, em Santa Cruz Cabrália. O procurado possui mandados de prisão pelos crimes de homicídio, associação para o tráfico e tráfico de drogas.
Compondo a carta ‘Cinco de Espadas’, está Nilson Marinho da Silva Neto, conhecido como “Nego Drama”. Procurado por homicídio, ele atua nas cidades de Camaçari e Feira de Santana.
Na carta ‘Quatro de Espadas’ foi inserido Elvis Conceição Silva, o “Grude”. Indiciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico, ele tem como área de atuação a região de Porto Seguro.
Segundo investigações da Polícia Civil, o criminoso chegou a ser o braço direito de André Márcio de Jesus, o “Buiú”, mas acabou se tornando rival do ex-comparsa.
“Grude” também está envolvido no episódio de roubo a uma empresa de transporte de valores em Eunápolis, Extremo Sul da Bahia, ocorrido em março de 2018.
Por fim, Elias dos Santos Soares, conhecido como “Boca Nua”, passa a representar a carta ‘Três de Espadas’. Com mandado de prisão por tráfico de drogas, ele atua no bairro do Comércio, em Salvador. “Boca Nua” foi alvo da 3ª fase da Operação Proteger, deflagrada de forma conjunta pelas polícias Civil e Militar, em maio deste ano.
A ação que teve como foco a repressão ao tráfico de drogas e crimes correlatos na região, cumpriu mais de 10 mandados judiciais, resultando em prisões e apreensões.
Qualquer informação que ajude a localizar esses e outros integrantes do Baralho do Crime pode ser repassada de forma anônima, através do telefone 181 (Disque Denúncia da SSP).
Em Salvador para participar da Conferência da Diáspora Africana nas Américas, o ministro das Relações Exteriores do Togo, Robert Dussey esteve, na tarde desta sexta (30), no Centro de Operações e Inteligência da Segurança Pública (COI), Centro Administrativo da Bahia (CAB), para uma visita de cortesia ao governador Jerônimo Rodrigues. Na presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco e de secretários estaduais, além da comitiva do Togo, as autoridades trataram de parcerias futuras importantes, em diversas áreas.
“Estamos à disposição do Togo para manter um diálogo de apoio e estreitar relações econômicas com o país africano. Vamos construir um memorando de intenções e criar ambientes de intercâmbio que envolvam turismo, cultura, educação, agricultura e igualdade racial. Ainda este ano, vamos enviar nossas equipes ao Togo para fazer prospecção de negócios”, afirmou Jerônimo Rodrigues.
Com a Bahia, o Togo já estabelece relações comerciais. O estado exporta óleo diesel, cana-de-açúcar, beterraba e couro. A ideia é que haja também projetos que promovam a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável. “Acreditamos que o Brasil tem muito a contribuir com a mecanização agrícola no Togo, um país com muitas capacidades para receber investimentos brasileiros. E a agricultura familiar pode ser uma área de destaque, no intuito de impulsionar a produção de alimentos e combate à fome. Gostaria muito de receber o Governo da Bahia no nosso país para estreitar relações também no turismo, cultura e comércio”, salientou o ministro do Togo, Robert Dussey, que na oportunidade presenteou o governador com chocolates e café produzidos no país.
Diáspora Africana
A capital baiana sedia a conferência, desde o dia 29 de agosto, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Organizada pela União Africana e pelo governo do Togo, em parceria com os governos federal e estadual, o encontro tem como objetivo criar um espaço de diálogo sobre desenvolvimento econômico, justiça social e cultura, promovendo cooperação entre as Américas e a África. Salvador foi escolhida por possuir a maior população negra fora da África, refletindo essa herança cultural e histórica.
No último dia, 31 de agosto, as atividades acontecem no Centro de Convenções de Salvador, incluindo a abertura do segmento ministerial, a celebração do Dia Internacional das Pessoas Afrodescendentes e a entrega da Carta de Recomendações pela sociedade civil. O evento será encerrado com debates sobre reparação e valorização da herança africana.
Um foragido da justiça foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em uma abordagem no km 53 da BR-415, em Itabuna (BA). O flagrante aconteceu na manhã de sexta-feira (30).
Policiais estavam fiscalizando a rodovia, quando abordaram um FIAT/SIENA de cor cinza. Durante a fiscalização, em consultas ao sistema de segurança, a equipe da PRF verificou que o condutor possuía mandado de prisão por roubo.
Diante dos fatos a ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil para adoção das medidas cabíveis.
No dia 22 de agosto de 2024, quinta-feira, das 19h às 22h, foi realizado o 1º Encontro RG Clima e OAB Porto Seguro, intitulado com o tema Meio Ambiente e Clima como Direito Fundamental, na sede da OAB em Porto Seguro, Bahia. O evento reuniu especialistas, acadêmicos, estudantes dos cursos de Direito e Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades e autoridades locais para discutir a importância do meio ambiente e do clima como direitos fundamentais na sociedade atual.
A presidente da OAB-BA, Subseção Porto Seguro, advogada Fernanda Christianini Salvatore, e o presidente da Comissão do Meio Ambiente, advogado José Henrique Barbosa, foram os anfitriões do evento. O evento do Grupo de Pesquisa RG Clima, da UFSB, contou com a presença de participantes ligados aos meios acadêmico, jurídico e da área de engenharia, sendo eles a líder do Grupo de Pesquisa RG Clima, vice-coordenadora do e docente do curso de Direito da UFSB, professora Guineverre Alvarez, o vereador, especialista em tributação ambiental e mestre pelo Programa de Pós-graduação em Estado e Sociedade (PPGES/UFSB), Vinícius Parracho; o presidente da Associação dos Construtores e Colaboradores da Construção Civil de Porto Seguro (ACCP), engenheiro civil Lindomar Alves Brito; e a presidente da Comissão de Políticas Públicas da OAB-BA, mestranda no Programa de Pós-graduação em Ciências e Sustentabilidade (PPGCS/UFSB) e especialista em Direito Penal e Processo Penal pela UFG, advogada Sinnédria dos Santos Dias.
O encontro representou um espaço significativo de troca de conhecimentos, destacando a relevância do direito ambiental e climático no contexto local. Foi ressaltada a importância das instituições acadêmicas, jurídicas e de atividades com impacto ambiental na promoção da sustentabilidade e no diálogo em favor de cidades resilientes.
Sobre o Grupo de Pesquisa RG Clima
O Grupo de Pesquisa e Projetos RG Clima foi fundado em 2019, na Universidade Federal do Sul da Bahia. Atualmente, conta com base nos três campi da UFSB: Itabuna/Ilhéus, Porto Seguro e Teixeira de Freitas, atuando, assim, nas regiões Sul e Extremo Sul da Bahia. Com objetivo de “aterrissar” a discussão da mudança do clima nos seus territórios de incidência, o Grupo tem focado nas dimensões humanas das mudanças climáticas, atuando junto a comunidades locais para gerar dados e cocriar conhecimento a partir de estudos de vulnerabilidades locais, capacidade adaptativa (espontânea e induzida), potencial de litigância climática (responsabilização jurídica de agentes públicos e privados por compromissos climáticos), governança climática, territorialização da Agenda 2030, educação climática, dentre outros.
Adotando uma abordagem eminentemente interdisciplinar, suas linhas de pesquisa e áreas de interesse são: educação climática; direito das mudanças climáticas; Agenda 2030 e ODS; sustentabilidade e popularização do conhecimento científico.
A equipe do RG Clima é formada por professoras doutoras da UFSB, nas áreas de Direito, Biologia e Administração/Contabilidade, com experiência e formação internacional e nas linhas de pesquisa. Conta também com estudantes de graduação, de mestrado e técnicos/parceiros. Em sua ação em rede, já atuou e teve projetos apoiados com financiamento externo junto ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), à Universidade Federal do Cariri (UFCA), à Universidade de Lisboa, à Universidade Federal da Bahia (UFBA) e à Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB).
O grupo de pesquisa tem produção científica publicada em livros, e-books, artigos e cartilhas, da quais se destacam: Mudanças climáticas e os desafios para a sustentabilidade: um olhar a partir do Extremo Sul da Bahia (livro físico e ebook); Mudanças climáticas e a proteção de Direitos Humanos (e-book); Relações, conflitos socioambientais e respostas multidirecionais: contribuições interdisciplinares (e-book); Boas práticas para compras sustentáveis nas IFES (cartilha); além de dissertações de mestrado e outras produções acadêmicas.
O RG Clima também desenvolve projetos de extensão, especialmente na área de educação climática, já tendo atuado junto a estabelecimentos de ensino das redes pública e privada, em ensino médio e fundamental II. Mais informações podem ser acessadas no perfil do Instagram: @rg_clima ou nos e-mails: guineverre.alvarez@cpf.ufsb.edu.br e rgclima@ufsb.edu.br.
No dia 10 de junho de 2024, em reunião dos reitores das universidades federais, o presidente Luís Inácio Lula da Silva anunciou a criação de dez novos campi de universidades federais, entre eles o campus de Jequié que deverá ser implantado pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Neste momento, a universidade está em fase preliminar de estudos para avaliar a criação de um quarto campus.
A proposta em construção, trazida pelo IFBA através da reitora, Luzia Matos Mota e pelo diretor do Campus Jequié, Luciano Pestana, é a cessão de uma parte da área onde hoje funciona o campus do IFBA, criado em 2011.
No último dia 24 de agosto, uma comitiva da Reitoria, composta pela reitora, professora Joana Angélica Guimarães da Luz, o vice-reitor, professor Francisco José Mesquita Gomes, a pró-reitora de Administração, professora Francismary Silva, e o pró-reitor de Gestão Acadêmica, professor Francesco Lanciotti Jr, esteve em Jequié para conhecer a área ofertada para essa expansão, sendo recebida pela reitora do IFBA, professora Luzia Matos Mota, e pelo diretor do campus do IFBA de Jequié, professor Luciano Pestana.
Conforme a reitora Joana Angélica, as conversas estão em fase inicial, e uma comissão da UFSB deve ser nomeada para o levantamento de dados suficientes para formular uma proposta que será apreciada no Conselho Superior da Universidade. Além disso, diálogos nos níveis interinstitucional e ministerial estão em andamento para avaliar a viabilidade da proposta.
Planta nativa da Mata Atlântica vira fonte de renda para agricultores familiares na Bahia. Foto: Divulgação / Veracel
Nativa do Brasil e presente em toda a costa do país, a “erva-baleeira” ou “maria-preta” (Varronia curassavica) se espalha facilmente e é considerada uma planta invasora nas áreas agrícolas e de pastagens. Porém, a ciência já confirmou os inúmeros benefícios da espécie, e o que antes era queimado e descartado no preparo da lavoura de outras culturas, agora se tornou fonte de renda para agricultores familiares da comunidade de Miramar, no município de Eunápolis, no Sul da Bahia. Atualmente, o preço do quilo do óleo varia entre R$1,6 mil a R$3 mil. Apesar da demanda de mercado ainda ser limitada, esse possui um grande potencial de expansão.
A nova oportunidade de negócio foi identificada a partir do projeto Desenvolvimento Socioambiental para a Agricultura Familiar (DSAF) desenvolvido pelo Núcleo de Estudos em Agroecologia Pau-Brasil (NEA Pau-Brasil), da Universidade Federal do Sul da Bahia, em um Acordo de Cooperação Técnica, Científica e de Inovação com a Veracel Celulose, indústria com operação na região.
“A UFSB fez a identificação da ocorrência da espécie na região, fez análises da composição química do óleo junto a Universidade Federal do Paraná, depois, estudos dos aspectos agronômicos da planta e começou a acompanhar e orientar os processos produtivos desses agricultores para auxiliá-los a potencializar sua renda com a terra. Em geral, esses agricultores escolhem seus cultivos pelo valor de mercado, se esquecendo da grande biodiversidade que existe em suas áreas. E foi o caso aqui, fizemos uma bioprospecção e encontramos a Varonia curassavica, a base do primeiro fitoterápico produzido integralmente no Brasil”, explica a Dra. Carolina Kffuri, pesquisadora responsável pela identificação e pesquisa do óleo e que hoje faz parte do time de Responsabilidade Social da Veracel.
O projeto DSAF, sob coordenação da Prof. Dra. Gabriela Narezi em parceria com o Instituto Fotossíntese, capacitou os agricultores nos processos de colheita, armazenagem e extração de óleo e desenvolveu um plano de negócios que demonstrou para a comunidade o potencial de obtenção rápida de renda a partir do beneficiamento da planta. O resultado da colheita experimental da planta nativa foi convertido em venda inicial de 15 quilos de óleo essencial, que é a unidade de medida utilizada na venda do produto.
“No começo, pouca gente acreditou no projeto porque achavam que a planta era uma praga, mas com a pesquisa nós montamos uma equipe de sete famílias, colhemos as folhas e vimos que dava um óleo de qualidade. Acredito que essa planta pode ser o nosso futuro familiar porque dentro da nossa região poucos colhem e não tem no mercado um óleo como esse. A gente espera um resultado de crescimento na comercialização e que esse óleo saia com o nosso selo aqui da associação Miramar. Espero um dia ver nosso óleo sendo vendido no Brasil e em vários outros locais do mundo”, comenta Claudio Batista, agricultor de Miramar.
A planta possui diversos registros de uso tradicional e reconhecidas propriedades anti-inflamatórias devido ao princípio ativo chamado alfa-humuleno, e é vendida nas farmácias como pomada ou spray de uso tópico, o óleo essencial é indicado para problemas relacionados a contusões e artrite, sendo utilizado em produtos para massagens que trazem alívio das dores. Por conta disso, ela tem um grande potencial de venda para o mercado de óleos essenciais, cujo cultivo, atualmente, ainda é pouco difundido em comunidades agrícolas familiares.
O beneficiamento das folhas da planta é feito em uma dorna, equipamento doado pela Veracel para a extração do óleo das folhas na sede do projeto Instituto Fotossíntese, outro parceiro da iniciativa. A dorna tem capacidade de 300 litros e é feita de inox 316L, material qualificado para que as famílias possam solicitar a certificação do óleo para ser vendido para a indústria farmacêutica, algo que futuramente poderá trazer mais rentabilidade para a comunidade.
A longo prazo, é possível que as famílias tenham uma dorna comunitária ou até mesmo equipamentos próprios para o beneficiamento dessa planta e de outras espécies. No momento, há alguns gargalos para a instalação do equipamento na comunidade, como questões relacionadas à potência da rede elétrica e acesso à água de qualidade.
“A produção do óleo essencial feito na Miramar leva em conta os aspectos sociais, por ser uma produção feita totalmente por agricultores familiares, e aspectos ambientais, por se tratar do uso e da preservação da biodiversidade brasileira. Isso adiciona ainda mais valor a esse produto”, explica a Dra. Carolina Kffuri.
A associação Miramar é uma comunidade com 1.212 hectares divididos em 84 lotes onde moram diversas famílias de agricultores. O projeto-piloto que começou com 6 famílias, já conta com novos interessados na comunidade e deve se expandir nos próximos anos.
Agricultor no processo de decantação do óleo essencial da comunidade de Miramar no Sul da Bahia. Foto: Divulgação / Veracel
Projeto premiado e mais iniciativas com óleos essenciais
O projeto da UFSB faz parte do programa “Desenvolvimento Socioambiental da Agricultura Familiar”, uma parceria entre a Veracel Celulose e a universidade para apoiar o desenvolvimento da agricultura familiar da região Sul da Bahia.
“Desde 2013, a Veracel apoia as famílias da comunidade de Miramar e de mais 20 comunidades da região no desenvolvimento sustentável da agricultura familiar. A companhia também se propôs a buscar parceiros estratégicos para apoiar e capacitar os agricultores para um processo contínuo de desenvolvimento de suas plantações, de forma sustentável. A parceria com a UFSB faz parte desse processo. Os resultados que estamos vendo são muito gratificantes e mostram que, quando a iniciativa privada trabalha com responsabilidade social e se une às instituições de pesquisa, o ganho para o desenvolvimento regional é bastante significativo e inovador”, explica Alexandre Campbell, gerente de Responsabilidade Social e comunicação da Veracel.
Em 2023, o projeto da comunidade Miramar ganhou o primeiro lugar no 14o Prêmio Indústria Baiana Sustentável, promovido pela da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) na categoria “Trabalhos da Academia (pós-graduação) e de Centros de Pesquisas Aplicadas”. Em setembro de 2024 irá para a banca de qualificação o primeiro trabalho de mestrado feito com a “maria-preta” da Miramar que irá comparar os princípios ativos dessa espécie coletada na comunidade de Miramar e colocada em 3 diferentes condições: plantada novamente na Miramar, no campus da UFSB em Porto Seguro e no campus da UFPR em Curitiba.
A UFSB também é parceira da Veracel no apoio a outras comunidades, como a de Nova Vitória, também em Eunápolis (BA), em que está sendo implementado o plantio de Melaleuca alternifolia ou Tea Tree, uma planta nativa do sul da Austrália, já consolidada no mercado de óleos essenciais. Das folhas dessa árvore é destilado o óleo de essencial, que também pode ser usado como antifúngico com amplo potencial para ser utilizado como defensivo agrícola (bioinsumo).
Além da maria-preta e da melaleuca mais dez espécies de plantas estão sendo estudadas pelo projeto com o propósito de gerar renda para as comunidades.
Capacitações para as comunidades
Dentro do escopo do projeto, em agosto foram realizados cursos para capacitar agricultores familiares para a produção sustentável de óleos essenciais, aproveitando a biodiversidade local, como no caso da erva-baleeira, além de uma capacitação focada em planos de negócios sustentáveis.
Os treinamentos foram realizados pela Veracel, pelo Instituto Fotossíntese, o Instituto de Pesquisas Ecológicas e a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e da Universidade de Yale. O curso priorizou agricultores já envolvidos nos projetos apoiados pela Veracel e a procura foi tão alta que gerou uma lista de espera para um próximo curso, previsto para ocorrer durante a Semana Nacional de Ciências e Tecnologia na UFSB.
O evento contou com a participação de representantes da Veracel, outras organizações sociais, e agricultores das associações Nova Vitória e Miramar, reforçando a rede de colaboração e o compromisso com o desenvolvimento sustentável da região.