“Não cobres de nós as maldades dos nossos antepassados; venha depressa ao nosso encontro a tua misericórdia, pois estamos totalmente desanimados!” (Salmos 79.8)
É muito comum questionarmos ou mesmo responsabilizarmos Deus pelas coisas ruins que nos acontecem. Mais comum do que sermos gratos a Ele pelas boas coisas. Facilmente assumimos como resultado de nossos esforços as boas coisas e, quanto aos males, presumimos que Deus deveria ter feito algo para nos proteger, e nos ressentimos. O salmista faz um pedido que revela sua compreensão sobre Deus. Ele acreditava que Deus poderia estar cobrando de sua geração as maldades de seus antepassados. Ainda hoje há quem acredite que Deus age assim.
Mas Deus mesmo declarou, desde o Antigo Testamento, que não cobraria dos filhos os erros dos pais (Ez 18). Isso não significa que os erros dos pais não alcancem os filhos, pois alcança. E, algumas vezes, por toda a vida. Essa é uma questão existencial: se crescemos sob o cuidado de pais sábios e sensatos ou sob os cuidados de pais tolos e insensatos, fará muita diferença em nossa vida. Se fomos cuidados e amados adequadamente, ou não, afetará profundamente nosso senso de valor. Mas a vida se realiza com heranças e também com mudanças!
Deus não desenhou um universo orientado pela maldade. Não nos fez prisioneiros de um destino ou seres determinados pelo passado. Ele entra em nossa história para transgredir com o curso do mal e nos redimir. Pais e filhos podem mudar, superar erros cometidos e maldades sofridas. Não há mal que Deus não possa curar em nossa vida. Nossa alma costuma guardar em lugares muito secretos as feridas sofridas na família ou o mal causado por quem deveria fazer-nos o bem. Mas bem que Deus pode fazer por nós é muito maior do que qualquer mal que tenham feito a nós. Não há o que temer!