Há quanto tempo os índios estão no Brasil?

Há 510 anos pelo menos, conseguimos sobreviver, transmitindo nossos valores e costumes a nossos descendentes, mantendo viva a tradição de respeito e sobrevivência junto à Natureza.

O povo branco, ao contrário, está em constante transformação. Suas tradições estão em museus. Só dão valor ao dinheiro, destroem a Natureza e não respeitam seus semelhantes. Só agora estão chegando à conclusão de que a Natureza precisa ser preservada e de que o desenvolvimento pode ser sustentável.

Os índios já sabiam disso tudo, mas eram considerados primitivos. Até a globalização e a Internet, para os índios não foi novidade, pois alguns povos como o do Xingu, conseguem o que o branco chama de projeciologia, que é a consciência do espírito durante o sono, para ir aonde bem entender.

Por isso a cultura indígena continuou a mesma.

Porque não precisava ser mudada!

Chegou a hora de mostrar quem tem que aprender com quem.

Não precisamos que pensem por nós nem nos incluam da maneira que eles acham certa. Temos que nos valorizar cada vez mais e mostrar ao branco que é ele que tem que se conscientizar do nosso valor. Nós é que temos que formular projetos, não para entregar nossos jovens à opressão capitalista, mas para darmos a eles a oportunidade de optarem conscientes e dignos, por um caminho a seguir.

Tínhamos que nos reunir, não com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, pois não é o nosso caso. Somos riquíssimos! Em cultura, sabedoria, respeito.

Nosso alvo deveria ser a Secretaria de Turismo, a de Cultura, a da Saúde. Reformular e direcionar o turismo ao nosso favor. Diminuir o turismo do ar-condicionado e colocar as pessoas mais em contato conosco. Por exemplo, poderia ser facilitado o transporte das pessoas, turistas, através da disponibilização de vãs gratuitas pela Prefeitura, para trazer as pessoas para as reservas, para a feira, o shopping. Poderíamos ser contratados para ir às escolas conversar e responder perguntas de crianças e adolescentes brancos sobre a cultura indígena. Esses mesmos jovens poderiam fazer excursões às aldeias para conhecerem de perto e na prática o que foi falado. Alunos da faculdade de biologia e interessados poderiam agendar visitas para aprenderem sobre flores, bichos, ervas, rios , enfim, sobre o nosso conhecimento da Natureza. Oficinas sobre o poder de cura das plantas e das forças da Natureza poderiam ser dadas também até aos estudantes de Medicina, que já estão aderindo a práticas alternativas de cura e se interessando por espiritualidade. ISSO É INCLUSÃO SOCIAL!

Mas é preciso união. Vamos promover um Encontro Nacional de Cultura Indígena aqui para trocarmos idéias e buscarmos soluções, apoiados pelas experiências de outros irmãos de todo o Brasil.

Não é conseguir falar igual ao Branco que vai nos dar dignidade, mas usar da sabedoria dos nossos antepassados. Temos que conseguir mostrar, com humildade, mas firmeza, que conseguimos sobreviver, apesar de toda incompreensão e injustiça, com o que a Natureza nos deu, sem maltratá-la, e que temos o direito e o dever de exigir respeito e condições dignas de sobrevivência, para que nosso conhecimento seja mantido e repartido, até que nossa missão esteja cumprida.

 

Fonte: Hamdan Harmuche

 

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