“Em verdes pastagens me faz repousar e me conduz a águas tranquilas; restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.” (Salmos 23.2-3)
Houve um tempo em que nutri muitas desconfianças a respeito da vontade de Deus, de como seria minha vida se procurasse segui as direções que achava que Ele desejava que eu seguisse. Muito estranho dizer isso, mas confesso que bem lá no fundo do coração, havia desconfianças. Ensinaram-me a ver Deus como um desmancha prazeres. Ensinaram-me que Ele estava pronto para condenar tudo que viesse de mim: meus sonhos, meus prazeres, meus anseios. Para mim Deus tornou-se alguém que tinha um projeto que em nada me interessava, mas que eu precisava me enquadrar se quisesse ir para o céu. E quem não quer? Para que a vontade de Deus fosse feita, toda e qualquer vontade minha deveria ser completamente anulada. Mas o que me ensinaram estava errado! Para minha felicidade, acabei descobrindo que Deus não era exatamente assim. Foi um alívio!
Dizer que descobri não é a melhor expressão da verdade. Deus levou-me a entender de forma melhor e mudou minhas perspectivas. Ensinou-se que, de fato, tenho muitas inclinações e anseios enganosos. Coisas que quero, mas que não deveria querer. Ensinou-me que, realmente, precisarei abrir mão e a negar a mim mesmo. Mas isso não significa que Sua vontade para mim seja a completa frustração de minhas vontades. Deus ensinou-me a crer em Seu amor. Ele quer ajudar-me a viver, a superar ilusões, a desfrutar as possibilidades de alegria e prazer que há nessa vida (e são muitas), mas não de qualquer forma. Ele interessa-se por minha felicidade e o caminho mais seguro para ela é sob Sua direção. Aprendi que não preciso desconfiar ou temer a vontade de Deus. Ele não é um desmancha prazeres! Davi já havia percebido esta verdade milênios antes de mim e declarou isso no salmo 23, que temos considerado como sua declaração de espiritualidade.
A experiência de Davi com Deus envolvia repouso, satisfação e tranquilidade. Envolvia fortalecimento e revigoramento. Envolvia desenvolvimento ético e moral. Experiências que o formaram para ser o mais importante rei de Israel. Que o formaram de dentro para fora e o levaram a ser conhecido como o homem segundo o coração de Deus. Para Davi, Deus é o seu pastor e está com ele o tempo todo, guiando, guardando, cuidando. Davi não encontrava-se esporadicamente com Deus. Ele vivia sob os cuidados de Deus. Davi, por muitos anos, foi pastor de ovelhas e cuidou delas. E sentia-se como uma ovelha sendo cuidada pelo supremo pastor: Deus. É esse o tipo de espiritualidade que nos faz falta. A espiritualidade da comunhão permanente com Deus. Cada dia enfrentamos desafios e somos visitados por sentimentos os mais diversos. Em meio a tudo e a qualquer coisa podemos contar com Deus, o nosso pastor. Ele pode nos guiar. Precisamos aprender a segui-lo! Ore: “Senhor, meu pastor, guia-me hoje segundo tua vontade!”. Amém.