Na guerra na Ucrânia, assisto de longe, os gritos de muitas vozes, as ruas cheias de cadáveres que obscurecem a paisagem. Poucos sentem o toque delicado do sol com tanto horror.
Na maioria das habitações, devido ao perigo de ataque aéreo, as cortinas sempre fechadas, a lâmpada do teto apagada e tendo apenas a luz da lâmpada elétrica de baixa potência ligada, um ambiente escuro como a noite, ainda que faça sol do lado de fora.
Sei que ao final desta guerra haverá paz e esta paz olha para a frente. A batalha só pode ter fim quando o conflito for seguindo pela paz. Ela vem após o esgotamento de ambos os lados. Por conseguinte, a paz tem a ver com limites. Ambos os lados chegam a limites, diante dos quais param. Como? Por esgotamento. A exaustão e as perdas preparam a paz. Pode a paz ser preparada e firmada ao se examinarem oportunamente esses limites? Pelo visto, não.
A paz é um bem valioso e frágil só alcançado quando Rússia e Ucrânia se unirem por objetivos em comum, de maneira que, para alcançá-los, precisem cada vez mais uns dos outros e reconheçam que dependem uns dos outros. O que mais se opõe à paz? A arrogância, como se alguém ou alguma coisa fosse melhor. É sobretudo essa arrogância que incita os grandes conflitos.