A greve dos vigilantes entra, nesta sexta-feira, 1º de março, em seu quarto dia na Bahia sem previsão de encerramento do movimento. Os vigilantes pedem o cumprimento da lei 12.740, que estabelece adicional de periculosidade de 30%. Na tarde de quinta-feira, 28, uma reunião entre trabalhadores e patrões, realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-BA), em Salvador, terminou sem acordo.
Os bancos são o foco principal dos vigilantes por conta da lei federal 7.102/83, que determina a necessidade de, no mínimo, dois profissionais de segurança em cada unidade bancária. Com isso, a maioria das agências está fechada, funcionando apenas o serviço de auto-atendimento. No Extremo Sul, aderiram ao movimento os vigilantes de Porto Seguro, Teixeira de Freitas, Eunápolis, Itamaraju e Itabela, informou o diretor regional do Sindicato dos Vigilantes da Bahia, Osmário Conceição Ribeiro. Segundo ele, a maioria dos trabalhadores de todo o Estado aderiu à greve.
Osmário explicou que, quando a presidente Dilma sancionou a lei, os patrões alegaram que só pagariam os 30% de periculosidade depois que o Ministério do Trabalho regulamentasse a lei. “Mas o texto da lei é claro e diz que passa a vigorar no momento da sua publicação. Então não precisa ser regulamentado para os patrões cumprirem os 30%. Outro deboche que provocou a greve dos vigilantes é que os patrões disseram que os 30% só seriam pagos a partir de fevereiro de 2014”, salientou o dirigente sindical. “Não existe esse negócio de acordo com patrão. Eles precisam cumprir a lei e pronto”, destacou.
Porto Seguro
Em Porto Seguro, todas as agências estão fechadas, mantendo apenas o auto-atendimento, exceto no Bradesco, que continua funcionando. Além dos transtornos de quem não pode ter acesso aos serviços que dependem de atendimento bancário, como depósitos, os clientes da Caixa Econômica Federal também enfrentam problemas com a falta de abastecimento de dinheiro nas máquinas de auto-atendimento. Na manhã de quinta-feira, 28, por exemplo, só havia uma máquina com cédulas disponíveis na agência da avenida Getúlio Vargas.
Bradesco
A manutenção do funcionamento do Bradesco sem a presença de vigilantes motivou críticas por parte do Sindicato dos Bancários do Extremo Sul. O diretor sindical da entidade em Porto Seguro, Tales Pontes, disse que a entidade iria denunciar, na Polícia Federal, de que o banco está descumprindo lei federal. “A matriz dos bancos manda que as agências mantenham o funcionamento, mas uma lei federal que rege o assunto – a 7.102 – diz que os bancos não podem abrir sem segurança, porque coloca em risco a vida dos clientes e dos funcionários. O Bradesco de Porto Seguro está com a tesouraria aberta e nós não temos segurança nenhuma lá. Se houver algum tumulto dentro da agência, que é que vai controlar?”, questiona Tales, que é funcionário do Bradesco de Porto Seguro.
Segundo ele, o gerente geral da agência chegou a chamar a Polícia militar para liberar a entrada dos clientes. “Os vigilantes não estão impedindo que os clientes entrem. Eles só querem que seja cumprida a lei”, explicou.
De acordo com o dirigente, o Sindicato dos Bancários apoia o movimento dos vigilantes. “Eles têm toda a razão de estar em greve. Nós como diretores, não só defendemos somente a classe dos bancários, mas todos os trabalhadores. Os vigilantes têm o direito de fazer a greve deles porque isso foi o adicional de 30% foi uma coisa que a presidente Dilma sancionou e as empresas não vêm cumprindo, principalmente na Bahia”, acrescentou.