“Convidado por um dos fariseus para jantar, Jesus foi à casa dele e reclinou-se à mesa. Ao saber que Jesus estava comendo na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma ‘pecadora’, trouxe um frasco de alabastro com perfume, e se colocou atrás de Jesus, a seus pés.” (Lucas 7.36-38)
Este texto é um dos mais tocantes dentre os muitos tocantes que encontramos nos Evangelhos. Jesus nem sempre se viu diante de pessoas cuja atitude o impressionou, mas todas as vezes que assim foi Ele não deixou de declarar isso. Foi assim com a oferta da viúva pobre (Mc 12.42-44), foi assim com o centurião romano (Lc 7.1-9) e também com a mulher siro-fenícia (Mt 15.21-28). Em cada um desses encontros ressalta-se a adoração e a fé. No texto de hoje temos uma demonstração de algo talvez esteja faltando em nossa fé: a gratidão. E é a gratidão que produz o melhor de nossa adoração e torna profunda a nossa devoção. É também a gratidão a motivação que melhor sustenta a nossa escolha pela santificação.
Jesus estava na casa de um fariseu, atendendo a um convite para jantar. Certamente seu anfitrião era um homem rico e influente. Mas na mesma cidade havia uma mulher movida por gratidão. Quem era ela? Talvez a que haviam apanhado em adultério e que desejavam apedrejar, na cidade de Betânia. Muitos acreditam ser ela. Ou quem sabe Maria Madalena, uma prostituta de quem Jesus expulsou sete espíritos malignos. O fato é que o texto não especifica a cidade onde se dá esse jantar e nem identifica a mulher que rouba a cena naquele jantar. Mas o anonimato não diminui o encontro. Lucas a identifica como uma “pecadora” o que significa que era bem conhecida e mal vista pelas pessoas. Os rabis jamais permitiriam que ela se aproximasse. Mas ela não teme Jesus. Ela se sente bem-vinda! E, apesar dos olhares dos outros, aproxima-se de Jesus.
Aquela mulher trazia consigo um frasco de alabastro com perfume. Era algo de elevado valor e ela, com toda certeza, não era rica. Mas sua gratidão segue uma outra métrica, uma outra matemática. Para ela, era barato. Para ela, Jesus merecia muito mais! O que teria Jesus feito por ela? Sem dúvida Ele a perdoou. Ele a fez ver que era amada por Deus e lhe possibilitou olhar para a vida com novos olhos e nova esperança. Imagino os sentimentos e certezas que Jesus lhe propiciou: paz, segurança e amor próprio, entre outros. Tudo que pudesse dar seria menos do que o que recebeu. Por isso ela estava ali. Quem Jesus é para mim e para você? O que Ele fez por nós e em que isso mudou nossa vida? Nossa gratidão é a resposta. O quanto somos gratos revela o que há entre nós e Ele.
ucs