A cultura afro brasileira voltou a ser destaque na Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica). Neste sábado (15), terceiro dia do evento, no município do Recôncavo baiano, mulheres negras do grupo cultural LindroAmor Axé resgataram a prática dos cortejos, realizada no passado pelos escravos quilombolas, percorrendo as ruas da cidade, cantando e dançando, com bandeiras e fantasias que remetem à origem africana.
“A gente vai às ruas para mostrar nosso lugar na construção da história brasileira. Hoje é dia de festa e de lutar pelo respeito e valorização dos negros, mais do que merecidos pela relevância histórica”, afirmou a coordenadora do grupo cultural, Alvacélia Medeiros.
O LindroAmor, criado em São Francisco do Conde, atravessou séculos e hoje é um dos grupos culturais mais importantes e representativos do gênero no Brasil. A apresentação integrou a programação da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi), que também incluiu o lançamento de livros sobre assuntos relacionados à cultura negra.
Também neste sábado, o Governo do Estado, também por meio da Sepromi, levou diversos escritores negros à Casa Espaço Educar para Transformar, onde foram lançados as publicações ‘Xangô e Themis’, de Sérgio São Bernardo; ‘Equede – A mãe de todos’, de Gersonice Azevedo Brandão, e ‘Diáspora e Ancestralidade’, de Fábio Lima.
A iniciativa tem o objetivo de garantir a visibilidade e o reconhecimento das contribuições da população negra nas artes e na literatura, compondo as ações da Década Internacional Afrodescendente na Bahia. “Essas ações estimulam as denúncias de racismo e uma nova forma da sociedade perceber o negro. É preciso acabar com o racismo e o preconceito de religiões para garantir a igualdade entre as pessoas”, destacou a titular da Sepromi, Fabya Reis.
Economia solidária
Vestidos, quadros, bolsas, quitutes, bolos de sabores variados, e muito mais, foram oferecidos na Feira de Economia Solidária promovida pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), em parceria com a Sepromi. “Aqui, nós, além de vendermos o que produzimos e garantir o nosso sustento, divulgamos nossos produtos diversos cantos do mundo. Vender itens artesanais durante a Flica é muito bacana, pois ainda evoluímos culturalmente. Acima de tudo, aprendemos coisas novas”, enfatizou a comerciante Heliana Ribeiro.
O Recôncavo baiano se rendeu a culinária e ao artesanato, comercializados em 30 tendas na Praça do Canhão. Agricultores familiares e artesãos de diversas partes da Bahia tiveram a oportunidade de garantir a renda mensal e encantar nativos e visitantes, com a venda de itens produzidos artesanalmente. A feira busca aproximar e dar visibilidade as associações, promovendo a divulgação da Economia Solidária.
“Eu adorei tudo, principalmente as roupas. São produtos de qualidade e, se a gente comparar com as lojas, têm o preço mais em conta. Ainda não decidi, mas, com certeza, vou comprar alguma coisa”, disse a pedagoga Alessandra Assumpção, natural de Feira de Santana.
O Governo do Estado é um dos promotores da Flica, que tem sua a viabilização assegurada por meio dos incentivos do programa de renúncia fiscal FazCultura, uma parceria das secretarias estaduais de Cultura (Secult) e da Fazenda (Sefaz/BA). Desde 2015, o governo vem ampliando sua atuação na festa, com uma programação de atividades relacionadas às áreas de educação, cultura e turismo.
A maior parte da programação acontece no espaço Educar para Transformar, localizado em frente à Câmara Municipal de Cachoeira. Lá, o público pode conferir lançamento de livros, exposições, apresentações audiovisuais, contação de histórias e saraus, entre outros eventos. Mais detalhes podem ser acessados no site da Flica (www.flica.com.br).
Secom – Governo da Bahia