O governo divulgou na terça-feira, 27 de outubro, um documento com metas a serem atingidas até 2031 em diferentes áreas, como economia, infraestrutura, meio ambiente, políticas sociais e gestão da administração pública.
Na avaliação do governo, o programa Estratégia Federal de Desenvolvimento para o Brasil pode ajudar o país a ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o “clube dos países ricos”.
Com 36 países, a OCDE foi fundada em 1961 e tem o objetivo de coordenar políticas econômicas entre os membros. Reúne algumas das maiores economias mundiais, como Estados Unidos, França, Alemanha, Japão, Canadá e Reino Unido.
“O Brasil estabelece assim, a partir de agora, um planejamento orientado à retomada econômica que já considera o pós-pandemia para atualização dos parâmetros e também a melhor colocação do país em indicadores internacionais. A Estratégia irá permitir a comparação dos resultados obtidos com as demais nações do mundo. Essa também é uma das premissas para a ascensão à OCDE”, informou o Ministério da Economia.
Apesar de ser um parceiro da OCDE desde 1996, o Brasil não é um membro oficial, mas desde 2017 tenta ingressar. Para isso, é preciso provar que mantém práticas econômicas, diplomáticas e comerciais alinhadas com os outros países, e ser aceito pelos 23 comitês que avaliam o desempenho em áreas como comércio e agricultura. O processo dura vários anos.
No início deste ano, os EUA anunciaram que vão priorizar o pleito brasileiro de ingresso no grupo. O apoio do governo de Donald Trump ocorreu depois de o presidente Jair Bolsonaro ter feito uma série de concessões importantes aos EUA em 2019.
Metas econômicas
O Ministério da Economia espera que a economia brasileira atinja um crescimento médio anual de 2,2% até 2031, se um pacote de reformas fiscais for aprovado pelo Congresso Nacional.
Se reformas microeconômicas também forem aprovadas pelo Legislativo e o país registrar avanço do nível de escolaridade da população, a alta média do PIB (Produto Interno Bruto) pode chegar a 3,5% no mesmo período, estima a pasta.
A equipe econômica também estabeleceu metas para infraestrutura. Com alta média do PIB de 2,2%, a taxa média de investimentos em infraestrutura pode passar dos atuais 1,3% para 1,8%. Com crescimento médio de 3,5%, a taxa chegaria a 3,4%, segundo o governo.
Metas de saneamento
O governo também definiu metas para o setor de saneamento básico. O Brasil possui 2.402 lixões, e o governo quer fechar todos até 2031.
Se o PIB crescer 2,2% ao ano, a ideia é reduzir perdas no sistema de distribuição de água, de 37% para 25% até 2031. No melhor dos cenários, em que o PIB cresce 3,5% ao ano, o índice de perdas pode cair para 18%, de acordo com o governo.
Redução da pobreza
Entre as metas definidas, o governo quer reduzir a parcela da população abaixo da linha da pobreza. Segundo os dados divulgados, 7,8% da população brasileira estão nessa condição.
A meta é reduzir esse percentual para 6,2% com crescimento médio do PIB de 2,2% até 2031.
Se o crescimento médio chegar a 3,5%, o governo espera reduzir a pobreza extrema para 4,7% da população.
Fonte: Uol