As obras de 14 parques eólicos na região de Guanambi, no sudoeste baiano, já começaram. A pedra fundamental do projeto foi lançada nesta quinta-feira (24), na BA-936, rodovia de acesso ao distrito de Morrinhos, no interior do município. O ato contou com a presença do governador em exercício, Otto Alencar, além da secretária-chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Eva Chiavon, do diretor da Renova Energia, Renato Amaral, e ainda parlamentares, autoridades locais e funcionários da obra.
A expectativa da Renova, empresa de energia vencedora do leilão, é que sejam investidos R$ 1,17 bilhão na construção dos parques eólicos que, além de Guanambi, contemplam os municípios de Caetité e de Igaporã. Juntos os três municípios contabilizam um PIB aproximado de R$ 750 milhões, de acordo com o IBGE.
Maior complexo
Segundo Renato Amaral, o empreendimento será o maior complexo eólico do Brasil. “Já conhecíamos o potencial eólico da região e consideramos um dos melhores locais do mundo para esse tipo de produção energética”, disse, destacando o apoio da comunidade local e sobretudo do Governo do Estado para a realização desse projeto.
“Isso vai fortalecer a engenharia brasileira e a Bahia, reforçando nossa privilegiada posição no cenário internacional. A previsão é que no início de julho de 2012 já estejamos produzindo energia”. Amaral disse também que a estimativa é que na primeira fase, a energia produzida seja suficiente para atender 500 mil residências, ou aproximadamente dois milhões de habitantes.
Fonte inesgotável
A produção de energia eólica é considerada uma fonte limpa e inesgotável. Os contratos de compra e venda de energia foram formalizados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e têm prazo de 20 anos. Inicialmente, cerca de 500 proprietários rurais da região que terão parte das terras arrendadas, serão contemplados com o projeto. No auge da produção energética, o número de empresários rurais poderá chegar a um mil.
“Vamos produzir energia que estimula o desenvolvimento da Bahia e contemplar os produtores que receberão recursos. É fundamental que esta energia seja produzida no semiárido baiano. O investimento integra a nossa política de descentralização de investimentos”, observou a secretária da Casa Civil, Eva Chiavon.
A partir de junho, os equipamentos que irão compor os três complexos começam a chegar às respectivas localidades via Porto de Ilhéus. O Instituto do Meio Ambiente (IMA) já autorizou a construção dos 14 parques eólicos, que contarão com 184 máquinas aerogeradoras (cataventos) instaladas em três complexos nos municípios de Guanambi, Caetité e Igaporã.
Mais emprego
As máquinas terão 80 metros de altura. Somente as pás (hélices) terão 40 metros, cada. Uma réplica dos cataventos, 53 vezes menor que o original, foi apresentada durante o lançamento das obras. Deverão ser gerados mil empregos diretos e outros 2000 indiretos.
Desde o início de fevereiro, 100 funcionários estão trabalhando no local. Marcos de Oliveira Silva saiu de Porto Seguro para trabalhar no projeto. “Tem sido ótimo trabalhar aqui. Uma oportunidade de crescer na vida. Meu objetivo é crescer na empresa”.
Até 2014, a Bahia deverá ter mais de 34 parques eólicos que, quando estiverem em funcionamento, terão a capacidade de gerar de 977,4 MW, o suficiente para abastecer cerca de quatro milhões de residências.
Durante o discurso, o governador em exercício Otto Alencar justificou a ausência do governador Jaques Wagner e lembrou que outros empreendimentos semelhantes estão prestes a entrar em funcionamento na Bahia. “Venho aqui em nome do governador Jaques Wagner, que está em missão na Coréia do Sul, buscando mais investimentos na área de energia e estaleiro”.
Na oportunidade, Alencar informou que em julho deste ano será inaugurado o primeiro parque eólico do estado, na Chapada Diamantina, que, segundo ele, “terá capacidade para produzir 90 Mega Watts de energia, auxiliando no desenvolvimento de Brotas de Macaúbas e outros municípios da região”.
Fonte: Agecom