Líder do governo, Romero Jucá, quer votar projeto na próxima quarta-feira. Presidente do Senado, José Sarney, disse que R$ 545 deve ser aprovado
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que vai se esforçar para que seja votada na próxima quarta-feira (23) a proposta do governo que reajusta o salário mínimo para R$ 545. O novo valor do mínimo foi aprovado pela Câmara na noite desta quarta (16). Jucá quer agilizar a votação antes que a pauta do Senado seja ocupada por medidas provisórias capazes de bloquear as votações do plenário.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que defendeu nos últimos dias o valor de R$ 545 estipulado pelo governo, disse que não haverá dificuldades para aprovar a proposta no Senado. Segundo ele, PT e PMDB, as duas maiores bancadas na Casa, já fecharam questão em torno do mínimo de R$ 545.
Somente PT e PMDB somam 35 senadores, quase metade das cadeiras da Casa. Os partidos de oposição no Senado – PSDB, DEM, PSOL e PPS – somam 18 parlamentares. O PDT, que é da base aliada, mas tem defendido um valor maior para o salário mínimo, tem quatro senadores. Neste cenário, seriam 22 senadores contrários ao projeto do governo. O governo poderia obter, então, 59 votos favoráveis.
Sarney disse, entretanto, que não há consenso na base aliada em torno da proposta de R$ 545. “Teremos algumas divergências naturalmente, mas nada que comprometa a votação”, afirmou. Um dos parlamentares da base aliada que não concorda com a proposta do governo é o senador Paulo Paim (PT-RS). Ele sinalizou que poderá apresentar emenda pedindo um valor maior para o mínimo.
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, disse que vai procurar o senador para articular uma proposta superior aos R$ 545 defendidos pelo governo. Paulinho e outros líderes sindicais pressionaram os deputados a votar um salário mínimo maior, mas foram derrotados. “Perdemos na Câmara, mas a batalha continua. Vamos procurar o senador Paim e articular uma proposta”.
Caso os senadores aprovem alguma alteração no projeto, o texto pode voltar à Câmara. Se o projeto for aprovado integralmente pelos senadores, segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff.
Fonte: G1