Gestores reunidos na UPB definem ação conjunta para enfrentar desafios de início de ano

Gestores reunidos na UPB definem ação conjunta para enfrentar desafios de início de ano
Em evento que reuniu prefeitas e prefeitos de diversas regiões do estado, foi definida pauta prioritário dos municípios baianos. Foto: Divulgação

Para definir a pauta prioritária dos municípios baianos e discutir as principais demandas apresentadas pelos gestores neste início de ano, a União dos Municípios da Bahia (UPB) realizou nesta terça-feira (31), a Reunião dos Prefeitos e Prefeitas da Bahia. O evento ocorreu na sede da entidade, em Salvador, e trouxe gestores de diversas regiões do estado para relatar dificuldades e buscar soluções conjuntas.

Bastante criticado, o censo do IBGE que repercutiu negativamente na receita dos municípios foi tratado pelo jurídico da entidade que orienta os municípios em ações de contestação. Outro ponto importante foi o reajuste de pisos de categorias que impactam nas finanças municipais sem o planejamento necessário, uma vez que são impostos pela União e Congresso Nacional.

“Precisamos aqui hoje nos unir para tomar uma decisão em conjunto para que a gente fale a mesma língua. Nós teremos esse ano dois grandes problemas, primeiro 101 municípios com risco de perder habitantes e com isso recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o segundo é a questão de que 70% dos prefeitos e prefeitas apontaram não ter condições de pagar o reajuste de 15% do piso do magistério. Então, isso é muito preocupante. Estamos falando em mais de 300 municípios da Bahia”, adiantou o presidente da UPB, Zé Cocá, que colocou em votação e foi aprovada a abertura de um diálogo com as representações da APLB Sindicato, solicitando 60 dias para um estudo conjunto dos municípios sobre o reajuste do piso.

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Zé Cocá acrescentou que, mesmo com o desejo de valorizar a categoria, há municípios gastando até de 100% do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) com pagamento da folha de pessoal, dificultando investimentos e outras melhorias nesta área da gestão. “Temos que ter condição para investimento”, reforçou o gestor. Prefeitos como Carlos Matos, de Riachão do Jacuípe, e Monalisa Tavares, de Ibicaraí, que estavam na mesa do evento acrescentaram que a preocupação aumenta com o impacto do reajuste na contribuição previdenciária dos municípios, ainda mais agora com as obrigações de lançar dados nos sistemas informatizados, como Siafc e e-Social, que cruzam os dados com a Receita Federal e imputam multas e responsabilização dos gestores.

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Censo e FPM

Neste início de ano, a UPB esteve mobilizada no apoio jurídico aos municípios que o censo inacabado apontou perda de população. Com o dado, inconcluso, o Tribunal de Contas da União (TCU) alterou o coeficiente do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) prejudicando diretamente 101 municípios baianos e mais de 800 em todo o Brasil. Com a articulação da entidade municipalista, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminar mantendo os coeficientes de 2022. “Costumo dizer que esse censo está sendo um ‘censo calça curta’, porque definitivamente alguns municípios perderão população, é natural. Mas da forma que está não tem condição. É importante que os prefeitos fiquem atentos a estas questões para tomar uma providência rápida e, caso tenham algum tipo de dificuldade, procurem a UPB para dar o suporte”, reforçou o vice-presidente da UPB, Quinho, que é prefeito de Belo Campo.

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Após o evento, a Coordenação Jurídica da UPB se reuniu com os 30 municípios que deixaram de ganhar receita com a decisão do STF. Entre os dias 10 e 17 de fevereiro o plenário do STF julgará a decisão do Ministro Lewandowski e a expectativa dos gestores é que a Lei Complementar 165 seja cumprida para que nenhum município perca receita ou deixe de ganhar. O jurídico da UPB também orienta que os municípios que ganharam população entrem com uma ação requerendo aumento do coeficiente do FPM.

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A unidade dos gestores baianos e nordestinos para pressionar o governo federal e o congresso nacional por soluções para os municípios foi ponto chave discutido pelos gestores, que propuseram, inclusive, a criação de uma entidade municipalista para representar os municípios nordestinos. O presidente da FECBahia e prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso, pontuou que os deputados são eleitos nos municípios e acabam aprovando leis que inviabilizam as gestões municipais. “Precisamos buscar apoio dos nossos deputados para que viabilizem soluções para nossos municípios e não ao contrário”.

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O segundo secretário da UPB e prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, acrescentou: “Precisamos unir os prefeitos, principalmente nas idas a Brasília para reforçar nossas lutas. Vamos aproveitar e construir esse novo momento com o governo federal”.  Já o prefeito de Santana e primeiro tesoureiro da UPB, Marcão Cardoso, defendeu uma postura mais firme do movimento municipalista. “Precisamos fazer o enfrentamento porque os municípios não têm dinheiro”, reclamou.

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Marcha a Brasília

Entre os assuntos também discutidos pelos gestores estavam as bandeiras que serão levadas pela Bahia à Marcha a Brasília, em março. Pontos como a defesa de um novo Pacto Federativo, com a revisão de repasse e de obrigações dos municípios; a PEC da redução da Alíquota do INSS e mais atenção às dificuldades que passam os municípios nordestinos foram postas como prioridades apontadas pelos prefeitos e prefeitas presentes na reunião.

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