“Se tu, Soberano Senhor, registrasses os pecados, quem escaparia? Mas contigo está o perdão para que sejas temido.” (Salmos 130.3-4)
Deus não se esquece, mas decidiu se esquecer dos nossos pecados. Não apenas daqueles que confessamos, mas até daqueles que ignoramos. Aqueles para os quais somos cegos. E há pecados assim em nossa vida. Somos perdoados por Deus, não na medida que conseguimos confessar ou mesmo ter consciência e sentir o pesar que nos leva a confessar. Somos perdoados na medida do que Cristo fez por nós na cruz e por confiarmos nele. Quando cremos em Cristo e com Ele comprometemos nossa vida, somos agraciados pelo perdão e pelo esquecimento de Deus. E quando Deus nos perdoa, estamos autorizados a perdoar a nós mesmos e a ficar em paz. Tudo isso é fruto de Seu amor. Um amor que, na medida que conhecemos e experimentamos, nos transforma.
O amor de Deus nos faz pessoas em constante mudança, para melhor. Deus não nos trata como merecemos, como somos. Deus nos trata como Ele gostaria que fôssemos. Como se já fossemos o que ainda não somos. E assim nos fortalece e nos inspira para que sejamos melhores. Ele não registra nossos pecados, não guarda contra nós a memória de nossos descaminhos para depois usar contra nós. Há pessoas que fazem isso, mas Deus não. É o Diabo quem inspira pessoas acusadoras. Ele é especialista nisso. Ele é o acusador por excelência. É mestre em acusar pecadores como nós, em nos desviar da paz que podemos desfrutar pelo perdão que temos em Cristo. Ele não quer que esqueçamos nossos erros. O que puder fazer para que não creiamos no perdão e no esquecimento de Deus, ele fará.
O salmista, antes mesmo de Cristo vir, já havia percebido o caráter amoroso de Deus. Um Deus diferente das divindades das demais nações. Um Deus que não contabiliza pecados, mas tem prazer em perdoar. O perdão está com Ele e Ele tem prazer em nos dar. Não é por ser um Deus que facilmente se ira que devemos teme-lo, mas por ser um Deus que tão graciosamente perdoa. Temer a Deus não é ter medo, mas dar a Deus o valor e o lugar devido em nossa vida. Inspirados por Ele, sejamos generosos uns com os outros. Aprendamos a não contabilizar pecados, mas a oferecer perdão. Imitar a Deus não nos fará austeros, mas amorosos. Não nos inspirará a cerrar os punhos, mas a abrir os braços.
ucs