“Agora, irmãos, queremos que vocês tomem conhecimento da graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia. No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade.”(2 Co 8.1-2)
Como um pulsar que produz vida em meio a morte, assim é o Reino de Deus nos habitando e nos influenciando. Ser um cristão não é ter sido curado, mas é estar em tratamento, aprendendo continuamente a agir sob novos princípios e, pela fé, descobrindo a vida como Deus a vê e para a qual somos tão cegos. A vida que organizamos neste mundo é uma contradição ao Reino de Deus. Ela nos faz frios e calculistas. Seguindo-a, é possível causar admiração entre os homens e, ao mesmo tempo, nojo em Deus. Precisamos de mudanças, ser quem ainda não somos! Mudanças dentro e fora, no pensamento e nas atitudes. A graça de Deus é fundamental. Quem não está sendo transformado não conhece essa graça. Paulo contou aos irmãos de Corinto o que a graça de Deus estava fazendo entre os macedônios. Eles precisavam saber e nós também.
Havia fome e pobreza entre os cristãos de Jerusalém. Crendo que Jesus voltaria nos meses seguintes à ressurreição, ele adotaram um sistema comunitário em que tudo foi usado em beneficio de todos enquanto aguardavam a volta de Jesus. Com o tempo os recursos se esgotaram e as dificuldades chegaram e eram graves. Irmãos de outras regiões passaram a contribuir para socorre-los, enviando ofertas. A igreja da Macedônia não era rica. Não materialmente. Mas era rica na graça de Deus. Veja as palavras que Paulo combinou: tribulação e alegria, extrema pobreza e rica generosidade. Apesar da tribulação, alegres. Apesar de extremamente pobres, não apenas pobres, transbordaram em rica generosidade. O Reino de Deus estava em primeiro lugar entre eles e isso ficava claro a partir de suas atitudes. O terreno estava a serviço do celestial.
O efeito natural da tribulação é o egoísmo. Se estamos sofrendo, que cada um cuide de si mesmo. E, como diz o antigo ditado: farinha pouca, meu pirão primeiro. Se temos pouco, que não nos peçam para dividir. Este mundo tem incentivos contínuos aos nossos, tão naturais, egoísmo e mesquinhez. E, como cantava Renato Russo, “quem tem mais do que precisa ter quase sempre se convence que não tem o bastante”. Mas os irmãos da Macedônia seguiram outra cartilha. A graça de Deus concedida a eles os ajudou a agirem como Deus esperava. Se o Reino de Deus chegou a nós, generosidade é indispensável. O que é nosso precisa estar a serviço do Reino, onde há misericórdia, bondade, amor e rica generosidade. Não precisamos dar tudo, mas não devemos dar menos do que o que nos cabe. E, o que nos cabe? A medida que expresse uma rica generosidade.