Garota que deu à luz aos 12 anos recebe alta; bebê continua internado

Criança nasceu de 7 meses, com 1,8kg e 47cm, filho de primo adolescente. No mesmo dia, outras cinco crianças nasceram de mães de 13 e 14 anos.

Garota que deu à luz aos 12 anos recebe alta; bebê continua internadoA adolescente de 12 anos que deu à luz no sábado,20, em Salvador, o filho que seria de um primo da mesma idade, teve alta nesta segunda-feira, 22. O bebê nasceu prematuro e ainda vai ficar na maternidade pelo menos até quarta-feira,24.

O caso chamou a atenção por causa da pouca idade da mãe, mas, segundo os médicos, partos em adolescentes são comuns na Bahia. A família mora na zona rural da cidade de Sátiro Dias, a 200 km da capital baiana.

O bebê está internado na Maternidade Professor José Maria de Magalhães Neto, bairro do Pau Miúdo. A criança nasceu aos sete meses de gestação, pesando 1,8 kg e medindo 47 cm, em parto normal. “Tudo mostrava que existia boa proporcionalidade, que essa criança nasceria sem dificuldades, o que aconteceu. Foi parto simples, normal e pariu como Deus manda, naturalmente, que é o bom para as mulheres”, disse o médico Amado Mizarala, coordenador do setor de obstetrícia.

Segundo Mizarala, no dia em que a adolescente deu à luz, outras cinco crianças nasceram de mães também adolescentes, entre elas, uma de 13 e quatro de 14 anos. A Secretaria da Saúde afirma que, em 2011, foram mais de 46 mil partos em mulheres de 10 a 19 anos. No ano passado, foram pouco 40.350. Pacientes nessa situação podem procurar atendimento no Iperba, que fica no bairro de Brotas, ou na maternidade Professor José Maria de Magalhães Neto.

“É extremamente preocupante, porque o parto em uma adolescente significa mais doenças tanto para a mãe como para a criança. Nós temos mais prematuridade, eclâmpsia, infecção, temos vários problemas de saúde. São mulheres que não se desenvolveram fisicamente e que leva a ser operada, fazer cirurgia e ter mais complicações também”, explica o médico Amazo Mizarala.

De acordo com a tia da menina, Lusimarina da Cruz, que trabalha como doméstica, a menina já estava morando com ela em Porto de Sauípe. O bebê também deverá ficar lá. “Estou muito feliz. Por tudo que eu passei, como é que não fica feliz? Meus patrões estão me ajudando com tudo, com enxoval. Estão me dando o maior apoio”, comemora.

Caso

Segundo a família, quando começaram os enjoos, a mãe levou a menina ao médico na cidade de Alagoinhas, no nordeste da Bahia, perto do município onde elas moram, mas não imaginava que pudesse se tratar de gravidez.

“Até agora ainda estou em choque por causa desse problema dela. Ela é uma criança, né?! E segura outra criança na barriga. E o pai é mais criança que ela ainda”, enfatizou Maria Solange da Cruz, mãe da garota grávida, na ocasião.

A futura avó é viúva tem outros quatro filhos e vive com pouco mais de R$ 500 por mês. Ela afirmou não ter condições de criar o neto, mas a irmã dela, tia da adolescente, disse desde o início que a criança não passaria dificuldade. “Eu tenho três filhos, mais um faz quatro. Mais uma boca na minha casa. Não tem problema não”, assegurou a Lusimarina.

Segundo a médica obstetra, Itana Passos, do Iperba, uma maternidade estadual que mantém programa voltado para adolescentes grávidas, esse tipo de gestação exige acompanhamento especial. “Em um pré-natal normal preconiza se fazer três ultrassonografias, pelo menos, durante toda a gestação. Em uma criança dessa idade é importante que se faça mais, para se fazer um acompanhamento do crescimento fetal intra-uterino, se está um crescimento adequado pra cada mês de gestação”, destacou a médica.

 

 

Fonte: G1 Ba

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui