“Mas Pedro insistia ainda mais: Mesmo que seja preciso que eu morra contigo, nunca te negarei. E todos os outros disseram o mesmo.” (Marcos 14.31)
Jesus havia dito duas coisas desconcertantes a seus discípulos: todos vocês me abandonarão, mas depois de ressuscitar irei adiante de vocês para a Galileia. A primeira os avisava de sua fraqueza e a segunda anunciava, de novo, que o Mestre seria morto. Eles haviam tido várias experiências com as predições de Jesus e tudo acontecia exatamente como o Mestre descrevia. O jumentinho apanhado emprestado ao entrar em Jerusalém e o salão onde eles prepararam a ceia da páscoa eram dois exemplos próximos. Mas agora a questão os tocava pessoalmente. Como Jesus poderia duvidar da fidelidade deles? Pedro reage imediatamente e se afirma pronto a morrer com Jesus e todos os demais o acompanham. Judas já não está com eles neste momento.
Nossa fragilidade é assunto do cristianismo. Somos orientados a submeter a Deus nossos planos porque não nos é possível ter certeza quanto à duração da vida e suas condições. Somos frágeis exteriormente. O texto de hoje nos lembra que também não estamos seguros quanto a nossa conduta. Neste sentido, é apropriado o ditado que nos aconselha: “não diga: dessa água não beberei”. Somos frágeis interiormente. Os discípulos reagem à predição de Jesus ficando os pés em sua autoconfiança. Certamente você sabe que eles fracassaram, pois todos abandonaram Jesus e ficaram completamente perdidos diante de Sua morte, ao ponto de se esquecerem de que também havia predito que ressuscitaria como de fato aconteceu.
Na perspectiva de quem crê em Deus e segue a Cristo como Senhor, ter clareza sobre a própria fragilidade, interior e exterior, é importante e não nos torna inseguros. Diante do perigo da fragilidade a fé nos convida à submissão e à dependência de Deus. E, com Deus, desafia-nos a trabalhar, planejar, nos fortalecer e ter esperança, muita esperança. E quanto mais ciente de nossa fragilidade, mais humildes e prontos estaremos para aprender. Tornamo-nos protagonistas de um paradoxo da fé cristã: é o fraco que verdadeiramente revela-se forte. Não duvide de sua fragilidade para que esteja livre de confiar em si além da medida saudável. E em tudo, submeta-se a Deus.