Hoje, com quase setenta anos, tenho um monte de fotos antigas, não as fotos digitais que ficam em arquivos de memória em HD. São aquelas reveladas em um quarto escuro e que me trazem sentimentos nostálgicos. Em Queimadas, no rio Itapicuru, com meu avô, meu pai e primos, mostra um sol da tarde incidindo diagonalmente, com riscos provindos do céu. No centro, brilhava o cata-vento, invenção de meu avô para levar água ao Chalé. Em pé, meu avô exibia um gracioso sorriso. A foto transmite felicidade, vida e emoção. É possível ver ao fundo duas lavadeiras.
Olhando estas fotos antigas, a noção do tempo se esfumaça; aqui não há dia nem noite, nem acontecimentos que pudessem ser associados a alguma hora. No decorrer da minha vida, chega um momento em que, depois da perda, estas fotos antigas são um pequeno presente, um tesouro inestimável.