Fortaleza

A gente vem ao mundo como quem ganha na loteria. Fulaninho de tal, parabéns, é a sua vez de nascer, você recebe um corpo, arranjam lugar em um útero e por fim é parido. E, se você nasce no Ceará como na Bahia, pode ser um artista, um Fagner, Renato Aragão, Tiririca ou Belchior.

A primeira vez que fui a Fortaleza era solteiro, o sol de Fortaleza é poderoso e a branca praia de Iracema linda. Sempre amei praias, assim de uma interminável extensão de água azul e verde-clara. Lá tem uma devoção a jangada que não temos aqui na Bahia. Você acorda, escuta o horizonte e não vê uma vela, esse dia vai ser azarento ou, pelo menos, sem graça. Então, quando amanhece, e a linha dos navios está cheia de velas, é dia de Deus, a alegria e o amor reflorescem em todos os corações e os jangadeiros nos passeios contam histórias de coragem no mar, eles têm a mente curada e o peito livre do peso das angústias com esta liberdade vivida.

É muito mais barato o turismo no nordeste do que no sul, lá sempre gosto do peixe frito, não lembro bem nas no bairro de Aldeota e na orla tem barracas de artesanato, onde o melhor é visitar no fim de tarde quando os raios de sol que batem nas barracas com pouca intensidade e alegram seu coração. O cearense tem cara redonda luminosos feito bola de feno sob o sol de verão. Debaixo do bom humor do cearense, você enxerga apenas um leque de possibilidades. Alegria de viver, felicidade em estado bruto.